Artigo
Doença de Behçet na infância
Fecha
2002-04-01Registro en:
Jornal de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria, v. 78, n. 2, p. 128-132, 2002.
0021-7557
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S0021-75572002000200011
10.1590/S0021-75572002000200011
Autor
Albuquerque, Patrícia R. de [UNIFESP]
Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP]
Len, Claudio Arnaldo [UNIFESP]
Hilário, Maria Odete Esteves [UNIFESP]
Institución
Resumen
Objective: to make Pediatricians aware of the fact that they must investigate Behcet's disease while performing differential diagnosis of recurrent aphthous stomatitis, even though it is a vasculitis of rare occurrence in early life. Methods: between June 1996 and December 2000, we retrospectively evaluated seven patients of our Pediatric Rheumatology Unit. Demographic, clinical, and laboratory data as well as data regarding treatment and follow-up were presented.Results: five out of seven patients were female (71.4%), four were non-Caucasian (57.1%), the mean age at onset was 8 years and 11 months (variation of 6 months to 13 years and 8 months), the mean period until diagnosis was 2 years and 3 months (variation of 2 months to 8 years) and the mean follow-up period was 4 years and 2 months (three patients without follow-up). The major criteria of diagnosis were: oral ulcers in seven patients (100%), genital ulcers in three patients (42.8%), ophthalmic alterations in four patients (57.1%) cutaneous vasculitis in one patient (14.2%) and positive pathergy test in one patient (14.2%). The minor criteria were: arthralgia/arthritis in five patients (71.4%), family history in two patients (28.5%), and sagittal sinus thrombosis in one patient (14.2%). The initial symptoms included recurrent aphthous stomatitis (more than three painful aphthous ulcers episodes in the period of 1 year), genital ulcers, arthralgia, fever and weight loss. The laboratory findings were: mild anemia in 1/6 patients, ESR>25 in 3/6 patients, increased serum gammaglobulin level in 2/4 patients, B5 histocompatibility antigen in 2/7 patients. The treatment included corticosteroids for 5/7 patients (4 oral, 1 intravenous and one local use), thalidomide for 4/7 patients, colchicine for 2/7 patients and dapsone for 1/7 patient. The outcome was favorable in 4/6, and 3/6 patients presented relapse.Conclusion: our results confirm the importance of considering the diagnosis of Behcet's disease in patients with recurrent oral and genital ulcers. Objetivo: conscientizar os pediatras sobre o fato de que, mesmo sendo uma vascullite de ocorrência rara na infância, a Doença de Behçet deve ser lembrada no diagnóstico diferencial de estomatites recorrentes. Casuística e método: foram avaliados, retrospectivamente, os prontuários de 7 pacientes atendidos no ambulatório de Reumatologia Pediátrica da UNIFESP-EPM, no período de junho de 1996 a dezembro de 2000. Foram estudados os dados epidemiológicos, clínicos, laboratoriais, de evolução e de tratamento.Resultados: dos 7 pacientes, 5 eram do sexo feminino (71,4%), 4 da raça não caucasóide (57,1%), com idade média de início de doença de 8 anos e 11 meses (variação de 6 meses a 13 anos e 8 meses), tempo médio de diagnóstico de 2 anos e 3 meses (variação de 2 meses a 8 anos) e tempo médio de evolução de 4 anos e 2 meses (3 pacientes sem seguimento). Os critérios maiores de diagnóstico foram: úlceras orais em 7 pacientes (100%), úlceras genitais em 3 pacientes (42,8%), alterações oftalmológicas em 4 pacientes (57,1%), vasculite cutânea em 1 paciente (14,2%) e teste de patergia positivo em 1 paciente (14,2%). Os critérios menores de diagnóstico foram: artralgia/artrite em 5 pacientes (71,4%), história familiar em 2 pacientes (28,5%) e trombose do seio sagital em 1 paciente (14,2%). Os sintomas iniciais incluíram estomatites recorrentes (mais de 3 episódios de aftas dolorosas no período de 1 ano), úlceras genitais, artralgias, febre e perda de peso. Os achados laboratoriais mostraram discreta anemia em 1/6 pacientes, VHS>25 em 3/6 pacientes, hipergamaglobulina em 2/4 pacientes, presença do antígeno de histocompatibilidade B5 em apenas 2/7 pacientes. O tratamento constou de corticoesteróides em 5/7 pacientes (4 VO, 1 EV e 1 uso tópico), talidomida em 4/7 pacientes, colchicina em 2/7 pacientes e dapsona em 1/7 pacientes. A resposta foi favorável em 4/6, porém recorrente em 3/6 pacientes.Conclusão: nossos resultados confirmam a importância de considerar o diagnóstico de doença de Behçet em regiões com úlceras orais e genitais, especialmente úlceras orais recorrentes.