dc.contributorSilveira, Helder Gordim da
dc.date.accessioned2013-08-07T18:58:08Z
dc.date.accessioned2019-04-10T21:28:33Z
dc.date.available2013-08-07T18:58:08Z
dc.date.available2019-04-10T21:28:33Z
dc.date.created2013-08-07T18:58:08Z
dc.date.issued2010
dc.identifierhttp://hdl.handle.net/10923/3797
dc.identifier.urihttp://repositorioslatinoamericanos.uchile.cl/handle/2250/2328616
dc.description.abstractO tema do posicionamento da grande imprensa do Rio de Janeiro e brasileira frente ao segundo Governo Vargas é um dos mais abordados pela historiografia especializada no estudo deste período. A esta imprensa é atribuído um papel central na geração e na condução da crise que provocou o término prematuro do mandato de Getúlio, com o seu suicídio em 1954. Entre as interpretações que procuram explicar este posicionamento dos grandes diários está a tese de que ele teve origem em diferenças incompatíveis entre o projeto econômico levado adiante pelo presidente no seu retorno ao Catete e aquele defendido pelos jornais. Enquanto o programa de Getúlio seria nacionalista, favorável ao desenvolvimento autônomo da economia brasileira, anti-imperialista e, para alguns, até "popular", a grande imprensa seria liberal e, assim, advogava a mínima intervenção do Estado na economia e o máximo de liberdade ao fluxo de capital e de mercadorias no país. Por isso, era defensora ou mesmo fiel aliada do capital estrangeiro, do comércio importador e, em alguns casos, da burguesia industrial partidária de um capitalismo associado. Porém, apesar da grande difusão dessa interpretação, não existem estudos específicos sobre o tema, o que deixa uma lacuna àqueles que pretendem dela se utilizar. Além disso, o Segundo Governo Vargas é considerado, por boa parte dos especialistas em História Econômica, como o início, no país, da elaboração e implementação de um projeto de industrialização acelerada, que tinha na burguesia industrial brasileira o seu principal suporte social.Entretanto, embora ressaltem que este projeto implicava em uma forte interferência do Estado na economia e procurava direcionar a aplicação dos investimentos externos no país, estes autores contestam que ele fosse hostil ao capital estrangeiro ou anti-imperialista, na medida em que contava como a participação desse capital e com a ajuda dos EUA para se desenvolver. Para estes pesquisadores, o Segundo Governo Vargas correspondeu ao início do projeto nacional-desenvolvimentista que se tornava hegemônico no período e foi a base do grande desenvolvimento brasileiro dos anos seguintes. Dessa maneira, se aceitarmos a hipótese de que a grande imprensa se opôs ao Segundo Governo Vargas por causa de seu programa econômico, teríamos que aceitar também que ela era igualmente contrária ao nacional-desenvolvimento e aos interesses da burguesia industrial brasileira que o sustentava. O objetivo desta tese é discutir essas duas questões, ou seja, analisar o posicionamento da grande imprensa do Rio de Janeiro considerada liberal frente ao econômico de Getúlio e frente ao projeto nacional-desenvolvimentista que o embasava. Com efeito, achamos bastante aceitável contestar esses dois pontos: tanto que as divergências entre projetos econômicos tenham sido a base da oposição dos grandes jornais ao governo quanto que estes jornais tenham realmente defendido uma linha programática liberal ou neoliberal.Para tanto, selecionamos os quatros principais diários do Rio de Janeiro considerados ou autoidentificados como liberais ou neoliberais: O Globo, O Jornal, Correio da Manhã e Jornal do Brasil. Com base na análise desses diários, pretendemos defender: de um lado, que havia mais aproximação do que distanciamento entre as bases do programa econômico do governo e o apregoado por esta parcela da imprensa; de outro lado que ela sustentava um projeto de desenvolvimento que não pode ser considerado propriamente liberal. Ao contrário, a maior parte dos periódicos em questão havia incorporado ou estava incorporado muitos elementos do pensamento desenvolvimentista e cepalino, ajudando na sua difusão e legitimação no debate público sobre o desenvolvimento brasileiro no período contra os próprios cânones do liberalismo e do neoliberalismo.
dc.description.abstractThe positioning theme of Rio de Janeiro’s and Brazilian great press is one of the most discussed by the specialized historiography in the study of this period. To this press is assigned a central role in the generation and handling of the crisis that caused the premature termination of Getúlio’s mandate, with his suicide in 1954. Among the interpretations that seek to explain this position of the major journals, is the thesis that it was caused by incompatible differences between the economic project carried forward by the President on his return to Catete and the one defended by the newspapers. While Getulio's program would be nationalist, favorable to the autonomous development of the Brazilian economy, anti-imperialist and, for some, even “popular", the great press would be liberal, and thus advocated minimal government intervention in the economy and maximum freedom to the flow of capital and goods in the country. Because of that, it was a defender or even loyal ally of foreign capital, of the trade importer, and in some cases, the industrial bourgeoisie, partisan of an associated capitalism. However, despite the wide diffusion of this interpretation, there are no specific studies on the subject, which leaves a gap for those wishing to use it. In addition, Vargas Second Government is considered by most experts in Economic History, as the beginning, in the country, of the development and implementation of an accelerated industrialization project, which had in the Brazilian industrial bourgeoisie its main social support. However, although they emphasize that this project implied a strong interference in the economy by the Government and sought to direct the application of foreign investments in the country, these authors contest that it as hostile to foreign capital or anti-imperialist, as it counted with the participation ofthis capital and U. S. help to develop.For these researchers, Vargas Second Government corresponded to the beginning of the national-development project that became hegemonic in the period and was the base of the great Brazilian development in coming years. Thus, if we accept the hypothesis that the great press opposed Vargas Second Government because of his economic program, we would also accept that it was also contrary to the national development and the interests of the Brazilian industrial bourgeoisie that sustained it. The objective of this thesis is to discuss these two issues, in other words, examine the positioning of Rio de Janeiro's great press, considered liberal before Getúlios economic program and the national-development project that it was based. Indeed, we find quite acceptable to challenge these two points: that differences between the economic projects have been the basis for opposition to the government of the major newspapers and these newspapers have actually defended a liberal or neoliberal programmatic line. To this end, we have selected the four major journals in Rio de Janeiro, generally regarded or self identified as liberals and neoliberals: O Globo, O Jornal, Correio da Manhã e Jornal do Brasil. Based on the analysis of these journals, we intend to defend: on one hand, that there was more approximation than detachment between the bases of the government’s economic program and touted by this portion of the press; and on the other hand, that it held a development project that cannot be properly considered liberal. Instead, most of the periodicals in question were or have been incorporating many elements of the development thinking and from the United Nations Economic Commission for Latin America and the Caribbean (ECLAC), helping in the dissemination and legitimization of the public debate on Brazilian development in the period against their own canons of liberalism and neoliberalism.
dc.languagePortuguês
dc.publisherPontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
dc.publisherPorto Alegre
dc.subjectRIO GRANDE DO SUL - HISTÓRIA - GOVERNO GETÚLIO VARGAS
dc.subjectIMPRENSA - RIO GRANDE DO SUL
dc.subjectLIBERALISMO
dc.titleA grande imprensa "liberal" da Capital Federal (RJ) e a política econômica do segundo governo Vargas (1951-1954): conflito entre projetos de desenvolvimento nacional
dc.typeTesis


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