Tesis
Internacionalização da produção vestuarista e a questão do trabalho: estudo de caso sobre a rede fast fashion Zara pela ótica das cadeias de valor globais
Autor
Roussenq, Dayana
Institución
Resumen
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Sócio-Econômico. Economia. As atividades do processo produtivo e sua reconfiguração a nível mundial chamam atenção para a esfera econômica internacional e também para a esfera social. A chamada globalização tem, como foco, a dimensão de produção e de comercialização, na qual a indústria do vestuário ganha destaque especialmente na busca de locais que possuem grande oferta de mão de obra a baixo custo para atender à procura do mercado consumidor global. A cada ano, a indústria de vestuário apresenta “novos” flagrantes da precarização das condições de trabalho, com trabalhadores, a maioria imigrante, vivendo em situações degradantes e cumprindo jornadas de trabalho exaustivas. Em vista deste contexto, esta monografia analisa a multinacional espanhola Zara, que pertence ao grupo econômico Inditex, com foco na sua atuação no Brasil. A empresa é uma das precursoras da concepção de “moda rápida” (fast fashion) e que cresceu no mundo se inserindo nas cadeias globais de valor (CGVs). O objetivo do trabalho consiste em analisar as relações de produção e comercialização da Zara dentro do debate acerca das CGVs, enfatizando-se as relações trabalhistas. A análise deste partiu de concepções teóricas contemporâneas sobre a indústria de vestuário e o modelo de gestão da cadeia produtiva da Zara, o fast fashion. Obteve-se reflexões a partir das pesquisas bibliográficas e documentais diante do debate da globalização e as cadeias de valor globais, destacando o caso Zara de 2011. Como resultado, o objetivo deste trabalho é descrever os processos feitos pelo Ministério Público do Trabalho, nos quais os Termos de Conduta foram acordados com a empresa Zara. O caso Zara chama atenção, pois mesmo a empresa sendo fiscalizada por possuir atividades intensivas em mão de obra e após seis anos das denúncias realizadas pelo Ministério Público do Trabalho, ela continuou com as mesmas práticas apesar de possuir responsabilidades em pleno século XXI, resultando em novos acordos de condutas. Assim, este trabalho procurou demonstrar as práticas trabalhistas do processo fast fashion e conscientizar o público consumidor dessas práticas, dada às condições encontradas pelo Ministério Público do Trabalho.