Master Thesis
Intérprete educacional cosmopolita: práticas heterotípicas na relação com a comunidade surda
Registro en:
NOGUEIRA, Fernanda dos Santos. Intérprete educacional cosmopolita: práticas heterotípicas na relação com a comunidade surda. 2018. 105 f. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós-Graduação em Educação). Universidade Federal do Espírito Santos. 2018. Orientadora: Dra. Lucyenne Matos da Costa Vieira Machado
Autor
NOGUEIRA, Fernanda dos Santos
Institución
Resumen
Em Franz Pöchhacker a interpretação comunitária é o termo cunhado mundialmente para o tipo de interpretação que ocorre no contexto educacional, jurídico e médico. Nesta dissertação recorro ao diálogo entre os estudos na perspectiva da Educação e dos Estudos da Tradução para problematizar como a interpretação comunitária desenvolve possibilidades de compreensão nas relações entre o Intérprete Educacional (IE) e a comunidade surda. Neste trabalho os objetivos específicos são: compreender as práticas do IE e suas relações com a comunidade surda; compreender como a comunidade surda vem a legitimar a atuação desse profissional e sua permanência na comunidade; e problematizar os efeitos da interpretação comunitária na relação entre o IE e a comunidade surda. Os procedimentos metodológicos tem como referêncial teórico foucaultiano quando as narrativas dos entrevistados são assumidas como confissões-narrativas. Foram entrevistados IE capixabas para acesso ao que dizem sobre suas trajetórias, atuação como profissionais, as formas desenvolvidas para entrarem e permanecerem na comunidade; e sujeitos surdos considerados referências na comunidade surda capixaba para acesso a como compreendem esse futuro profissional na comunidade e se relacionam com ele. A partir da compreensão do sentido de comunidade, estranho e assunto comunitário em Zygmunt Bauman, Alphonso Lings e Gert Biesta apresento a hipótese de que a relação do IE com a comunidade surda cria efeitos que o coloca em um lugar desprestigiado quando sua atuação como profissional se torna um assunto comunitário, e não assunto institucionalizado. Na esteira de Michel Foucault apresento a possibilidade de se pensar de outros modos do IE se relacionar com a comunidade, quando esse profissional passa a ter uma atitude cosmopolita ao criar espaços para a produção de heterotopias ao elaborar sua própria subjetivação, de governar a si mesmo, atitude que permite pensar o presente, provocando transformações em si mesmo e problematizando o que está instituído. É a possibilidade de ser intérprete educacional cosmopolita com práticas heterotópicas na relação com a comunidade.