Artículos de revistas
Comportamento no trânsito entre estudantes de medicina
Fecha
2010Registro en:
Revista da Associação Médica Brasileira, v.56, n.5, p.535-540, 2010
0104-4230
10.1590/S0104-42302010000500013
Autor
COLICCHIO, Daniel
PASSOS, Afonso Dinis Costa
Institución
Resumen
OBJETIVOS: Estudar o comportamento de estudantes de medicina em relação ao trânsito, comparando os padrões atuais com aqueles observados em estudo realizado anteriormente na mesma instituição. MÉTODOS: Foram aplicados questionários padronizados em uma amostra de estudantes regularmente matriculados no curso médico da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, objetivando coletar informações demográficas, socioeconômicas e referentes ao comportamento no trânsito e envolvimento em acidentes. Esses resultados foram comparados com os obtidos em investigação semelhante, realizada em 1997. RESULTADOS: Foram estudados 354 alunos em 2008 e 377 em 1997. Do total, 431 (59%) já haviam dirigido logo após a ingestão de álcool, sendo que, desses, 21,5% em condições de intensa alcoolização. Participação em rachas foi referida por 10,5% dos participantes, com diferença marcante entre os sexos (12,5% entre homens e 3,4% em mulheres). Envolvimento em acidentes com vítimas, fatais ou não, foi referido por 19,2% dos participantes. Esses percentuais atingiram 31,1% entre os que já dirigiram intensamente alcoolizados e 42,9% entre os que participaram de rachas. O estudo de 2008 evidenciou maior uso de capacete e de cinto de segurança em meio urbano e redução de uso de bebidas alcoólicas antes de dirigir. Por outro lado, mostrou redução de respeito contínuo à sinalização de semáforos. CONCLUSÃO: Comportamentos de risco no trânsito fazem-se presentes com elevada frequência entre os participantes, estando diretamente relacionados com o envolvimento em acidentes que provocam vítimas. Visto ser essa uma parcela populacional diferenciada, com conhecimento e contato direto com as consequências desses acidentes, esperar-se-ia uma menor presença de comportamentos de elevado risco. As informações oriundas desse trabalho devem conduzir a uma reflexão por parte da comunidade acadêmica com vistas à introdução de programas educativos capazes de produzir mudança efetiva de atitude dos estudantes. OBJECTIVES: To study the traffic behavior of medical students comparing current patterns with those observed in a study previously carried out in the same institution. METHODS: Standard questionnaires were completed by a sample of regularly registered medical students of the " Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo", Brazil, to collect data regarding demographic and economic information and also traffic behavior and accident involvement. Results were compared to those obtained in a similar investigation done in 1997. RESULTS: In 2008, 354 students were interviewed and 377 in 1997. Of all, 431 (59%) had driven right after alcohol ingestion and 21.5% of them had driven under severe influence of alcohol. while 10.5% referred to participation in "street races", with a large difference between genders (12.5% of men and 3.4% of women). Involvement in accidents with victims, fatal or not, was reported by 19.2% of participants. This percentage reached 31.1% among those who had driven under severe influence of alcohol and 42.9% among those who participated in "street races". The 2008 study showed increased use of helmets and seat belts in urban areas, as well as reduction of alcohol consumption before driving. On the other hand, it disclosed less continuous compliance with traffic lights. CONCLUSION: Risky traffic behavior was found to be very frequent among these participants directly involved in accidents with victims. Since this is a distinctive segment of the population, that is aware and has direct contact with the consequences of traffic accidents, we would hope to find a lower incidence of such high risk behavior. Information provided by this investigation should lead to a reflection from the academic community intending to introduce educational programs to effectively change student behavior.