doctoralThesis
Ensino médio integrado: formação politécnica como horizonte?
Registration in:
PONTES, Ana Paula Furtado Soares. Ensino médio integrado. Recife, 2012. 259f. Tese (doutorado) - UFPE, Centro de Educação , Programa de Pós-graduação em Educação. Recife, 2012.
Author
Pontes, Ana Paula Furtado Soares
Institutions
Abstract
Este estudo teve como objetivo analisar como o Ensino Médio Integrado (EMI) se constitui
em seus aspectos institucionais, organizacionais e político-pedagógicos na materialidade do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba/Campus João Pessoa e para
qual perspectiva de formação ele sinaliza. A pesquisa foi realizada em duas etapas.
Inicialmente, um estudo exploratório a partir da técnica de grupo focal com vinte e três
professores e, posteriormente, a realização de entrevistas com professores dos cursos de EMI
de Eletrotécnica e de Mecânica e com membros da equipe pedagógica, além da análise de
documentos. Os nossos resultados dão conta de que os projetos pedagógicos dos cursos foram
elaborados de forma aligeirada, não envolvendo discussões conceituais mais profundas. O
processo de definição do currículo dos cursos foi permeado por conflitos de poder em que a
força da vocação institucional se traduziu na hegemonia da formação voltada para o saber
técnico. Os professores enfrentaram várias dificuldades no desenvolvimento da proposta de
EMI, identificadas como de natureza conceitual, política, organizacional e pedagógica,
especialmente no momento de expansão e da construção de sua nova institucionalidade como
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia, quando priorizou ações de cunho
administrativo e organizacional. A preocupação com a Reforma recaiu sobre aspectos
metodológicos (dimensão técnico-pedagógica) em detrimento da sua perspectiva política (que
aluno formar, para que tipo de sociedade). Assim, concluímos que o desenvolvimento da
proposta do EMI no IFPB/Campus João Pessoa se restringiu a mudanças na organização da
matriz curricular concebida em termos estreitos de ajustes de cargas horárias e
direcionamentos das disciplinas de Formação Geral para as necessidades da área técnica. Os
cursos de EMI em análise não se efetivaram na prática e o Ensino Médio Integrado não se
constituiu um projeto de travessia para uma nova realidade e a perspectiva de formação
omnilateral não se materializou no desenvolvimento dos cursos.