masterThesis
Impacto do desmatamento da Caatinga sobre a comunidade microbiana do solo
Registro en:
Autor
Pereira, Vera Lúcia
Institución
Resumen
A região semiárida do nordeste brasileiro é ocupada por uma vegetação de fisionomia variada,
adaptada às condições de aridez, denominada caatinga. A Caatinga vem sendo gradativamente
impactada pelo desmatamento e uso inadequado dos recursos naturais. Ainda são práticas comuns
no preparo da terra para a agropecuária, o desmatamento e as queimadas, que contribuem para
desequilibrar o clima, piorar a qualidade do solo e prejudicar a manutenção de populações
presentes. Embora grande volume de trabalhos sobre monitoramento da qualidade do solo,
envolvendo variados cenários ambientais e de manejo sejam relatados, pouca ênfase é dada à
degradação dos solos em regiões secas. Considerando que a atuação dos micro-organismos do solo
pode contribuir para a qualidade edáfica, objetivou-se comparar a atividade microbiana em solos
sob caatinga nativa e após o desmatamento. Coletas de solo foram realizadas em área sob caatinga
nativa (T0), e com 60 (T1), 106 (T2) e 160 (T3) dias de desmatamento, no município de Petrolina,
Pernambuco. Avaliaram-se: atividade enzimática, carbono da biomassa microbiana, respiração
microbiana, quociente metabólico, ergosterol no solo e estrutura da comunidade microbiana por
DGGE. O carbono da biomassa microbiana (CBM) teve maiores valores em T3 e a fosfatase ácida
foi significativamente maior em T0. Com o resultado da análise multivariada foram formados três
grupos envolvendo os períodos amostrais. O primeiro foi formado pela caatinga nativa (T0), o
segundo por T1 e T2, e o último por T3. A maioria da variabilidade dos dados entre os tempos
amostrais foi correlacionada positivamente com o carbono da biomassa microbiana e com a
atividade da fosfatase ácida, correlação positiva também foi observada para respiração edáfica
basal, o teor de ergosterol e atividade da β-glicosidase. As variáveis físicas e químicas do solo,
temperatura, CTC, umidade, Na, Al, K e Mg, contribuíram para a separação dos tempos amostrais.
A umidade foi determinante para a separação de T3. A temperatura do solo, CTC, os nutrientes K e
Mg edáfico influenciaram na formação do grupo composto por T1 e T2. As duas amostragens
realizadas após o desmatamento da caatinga apresentaram semelhança formando apenas um grupo,
no entanto, após 160 dias de desmatamento, a área mostrou-se diferente de todos os tempos
amostrados, fato atribuído às melhores condições proporcionadas pela umidade no solo em
decorrência da chuva. Conclui-se que a umidade do solo é mais determinante para a atividade
microbiana edáfica do que o desmatamento da caatinga. CNPq e FACEPE