masterThesis
Fonologia segmental do lakondê (Família Nambikwára)
Registro en:
BRAGA, Ana Gabriela Modesto. Fonologia segmental do lakondê (Família Nambikwára). Recife, 2012. 157 f. Dissertação (mestrado) - UFPE, Centro de Artes e Comunicação, Programa de Pós-graduação em Letras, 2012.
Autor
BRAGA, Ana Gabriela Modesto
Institución
Resumen
Embora seja considerado um país monolíngüe, subsistem no Brasil atualmente
cerca de 180 línguas indígenas, a maior parte delas contando já com poucos
falantes, haja vista a necessidade de comunicação com falantes da língua de
maior prestígio social: o português. Dentre as línguas ameaçadas de extinção,
destacamos neste trabalho a língua Lakondê, da família lingüística Nambikwára,
que se encontra numa situação extrema: há apenas uma falante, a qual já se
encontra em idade avançada. O nosso estudo tem como objetivo descrever e
analisar a fonologia segmental da língua Lakondê, contribuindo, dessa forma, com
o registro e a preservação das línguas indígenas brasileiras, em especial, as
línguas da família Nambikwára. O corpus utilizado na pesquisa foi coletado in loco
no ano de 2001, junto à última falante, moradora da cidade Vilhena-RO, pela
pesquisadora Stella Telles. Os dados utilizados constam de palavras e frases do
universo da informante, elicitadas pela pesquisadora. Para a identificação dos
fonemas foram utilizados os procedimentos de descoberta da Fonologia
Estruturalista (Hyman, 1975; Cagliari, 2002). Para a análise da estrutura silábica e
dos processos fonológicos, tomamos como base teórica os pressupostos da
Fonologia Não-Linear, encontrados em Clements (1990), Kenstowicz (1994),
Goldshmith (1995), Blevins (1995), Clements & Hume (1995). O modelo adotado
segue a ideia de que os segmentos são formados por um feixe de traços
hierarquizados e autônomos, bem como entende que a sílaba também é
estruturada internamente. A partir da nossa pesquisa, concluímos que o sistema
fonológico do Lakondê é constituído por onze consoantes e dezesseis vogais. A
sílaba tem como molde (C)V(V)(C)(C), dentre os quais, o único elemento
obrigatório é a primeira posição nuclear, ocupada sempre por uma vogal, que
pode, inclusive, formar sílaba sozinha. Foi verificada a ocorrência de processos
estritamente fonológicos: assimilação (progressiva e regressiva), fortalecimento,
lenição, apagamento, inserção e coalescência.