O presente trabalho tem como objeto de estudo os espaços livres coletivos em áreas de baixa renda, compreendidos como lugares dinamizadores e intermediadores das relações socioculturais estabelecidas nestas áreas. Porém, esses não são valorizados e reconhecidos pelos gestores e planejadores urbanos, devido a estigmatização das ruas como lugares inseguros, inóspitos. A pesquisa objetivou conhecer e analisar as preferências ambientais dos usuários dos espaços livres coletivos de lazer das áreas de baixa renda, para isto buscou-se identificar e analisar: os tipos de espaços livres coletivos mais utilizados para recreação dos moradores; as atividades de lazer cotidianas mais realizadas e a relação dos componentes ambientais físicos e sociais que caracterizam os espaços. Utilizaram-se como estudos de caso três áreas do municipio do Recife: ZEIS Aritana, ZEIS Mustardinha e o bairro Bomba do Hemetério. Fundamentando-se em uma visão multidisciplinar de espaço livre coletivo e lazer cotidiano, buscada em teorias na arquitetura, na geografia, na filosofia que abordam o lugar como ambiente peculiar da vivência humana e apoiada em uma conjunção de métodos analíticos (observação incorporada; o walkthrough; entrevista semiestruturada e análise morfológica), que têm como princípios a compreensão do mundo da vida cotidiana e a abordagem experiencial enquanto sujeito que interage com o meio. Como resultados principais, temos: os espaços de lazer de vizinhança situados no entorno das moradias, sombreados, dotados de arborização e mobiliários para sentar-se e reunir-se com vizinhos etc e os espaços de lazer do entorno, referentes aos espaços esportivos para jovens e espaços de recreação para crianças. Nesta busca pela compreensão dos critérios de seleção dos ambientes urbanos, em detrimento de outros, acredita-se apoiar as pesquisas projetuais dos planejadores e dos desenhadores urbanos.CAPES