masterThesis
Confiabilidade das informações coletadas no processo de avaliação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança: o olhar dos avaliadores
Registro en:
OLIVEIRA, Lindacir Sampaio de. Confiabilidade das informações coletadas no processo de avaliação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança: o olhar dos avaliadores. Recife, 2012. 87f. : Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Saúde Coletiva, 2012.
Autor
Oliveira, Lindacir Sampaio de
Institución
Resumen
Este estudo analisou a opinião dos avaliadores da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) em relação ao seu processo avaliativo. A IHAC é uma estratégia global idealizada pela Organização Mundial de Saúde e Fundo das Nações Unidas para Infância. O objetivo básico desta Iniciativa é o de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno nas maternidades e hospitais. Os estabelecimentos de saúde são avaliados baseados nos Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno. Objetivo: identificar a opinião dos avaliadores do Brasil que atuam na IHAC em relação à confiabilidade do sistema de avaliação. Métodos: estudo descritivo, de corte transversal e abordagem quantitativa, baseado em dados primários obtidos mediante aplicação de questionários. Foram elegíveis os avaliadores com experiência de participação em pelo menos uma avaliação global e/ou uma reavaliação no período de 2005 a 2010. Resultados: dos avaliadores pesquisados 100% eram de nível superior, 94,3% eram do sexo feminino, 85,7% tinham idade entre 40 e 60 anos, 62,8% eram médicos e enfermeiros, 71,4% residiam nas regiões nordeste e sudeste, 28% eram capacitados em manejo do aleitamento materno, aconselhamento em amamentação e outros cursos de avaliação além do curso do avaliador da IHAC; 71,4% possuíam mais de cinco anos de atuação como avaliador, 74,2% avaliaram mais de cinco hospitais, 82,9% participaram tanto de avaliações globais, quanto de reavaliações e 91,4% tinham realizado a última avaliação no máximo em 24 meses. Quanto aos resultados obtidos pelo processo avaliativo da IHAC, 77% responderam que correspondiam parcialmente à realidade dos hospitais avaliados. Os motivos alegados foram a deficiência do instrumento de avaliação, a comunicação prévia da avaliação ao hospital e o despreparo do avaliador. Com relação à fragilidade do processo avaliativo, 21% atribuíram a sua existência ao fato das perguntas do instrumento de avaliação e reavaliação serem pouco claras e repetidas, não adaptadas à cultura e/ou linguagem da região, além da exigência exagerada de pontos chave, ao número de entrevistados pouco representativo e ao percentual alto de respostas exigidas. A abordagem de tópicos importantes para o conhecimento das práticas hospitalares em relação ao aleitamento materno foi o ponto forte do Instrumento de avaliação e reavaliação da IHAC referido pelos avaliadores. Entretanto, a inadequação do instrumento para as gestantes internadas que não fizeram pré-natal na instituição, o questionário extenso para mães e profissionais do corpo clínico, contendo perguntas longas, pouco claras e repetidas e apresentadas com linguagem formal, bem como a exigência do conhecimento técnico da retirada manual do leite materno para profissionais do corpo clínico que não a realiza no dia a dia, a exigência às puérperas da definição temporal do contato precoce da mãe com seu bebê na sala de parto e a abordagem superficial da prática do aleitamento materno às mães de bebês internados em unidades de cuidados especiais foram os pontos fracos apontados pelos pesquisados. Conclusão: de acordo com os avaliadores respondentes, os dados obtidos no processo avaliativo da IHAC são parcialmente confiáveis e não refletem plenamente à realidade dos hospitais avaliados. Para tanto seria necessário promover adequações no instrumento de coleta de dados de modo a torná-lo mais claro e conciso, organizar um quadro de avaliadores melhor preparados o que exigirá o recrutamento mais focado no perfil desejado e o fortalecimento do processo de qualificação dos mesmos.