A migração de nordestinos para a região sudeste entre os anos 1930 e 1970 foi um dos maiores fenômenos da dinâmica demográfica no Brasil. As mudanças nos padrões deste fluxo só foram identificadas no final dos anos 1970 quando inicia-se a redução no volume de migrantes em direção a cidade de São Paulo e já no final da década de 1980 começam a ser observados os movimentos de retorno ao Nordeste e em especial ao estado de Pernambuco, um dos que mais perdia população. Tendo em vista a hipótese de que a migração de retorno pode ser considerada uma ferramenta para se fazer a análise regional, ao passo que é motivada, em grande parte pelas mudanças na dinâmica econômicas das sociedades de origem e destino, tem-se como objetivo principal deste trabalho analisar a distribuição espacial dos migrantes de retorno, dividindo-os entre os que retornaram para seus municípios de nascimento e os que retornaram para o estado de nascimento (Pernambuco) bem como caracterizar o seu perfil socioeconômico e ocupacional, utilizando os bancos de dados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010, além de tentar identificar que fatores da dinâmica econômica atuaram neste recente fluxo migratório. Os resultados indicaram diferenças na distribuição espacial de cada tipo de retornado. Os que retornam para o município de origem se encontram espalhados em todo o interior do estado, enquanto que os retornados para o estado encontram-se fortemente concentrados nos municípios de economia mais dinâmica e na Região Metropolitana de Recife. Os retornados do estado também apresentam um maior nível de escolaridade e renda, além de serem um pouco mais velhos do que os que retornaram ao município de nascimento, e se concentram em setores de atividade predominantemente urbanos como o setor de comércio e serviços.Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco