doctoralThesis
Ocorrência de oocistos de Cryptosporidium spp. em águas superficiais na região metropolitana de Recife/PE
Registro en:
de Castro Lima Machado, Erilane; Lúcia Montenegro Stamford, Tânia. Ocorrência de oocistos de Cryptosporidium spp. em águas superficiais na região metropolitana de Recife/PE. 2006. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006.
Autor
de Castro Lima Machado, Erilane
Institución
Resumen
A criptosporidiose tem se destacado como um problema de saúde pública e
animal. A associação de casos da doença na população humana com a presença de
Cryptosporidium spp. spp. em águas de consumo ou de recreação tem motivado a
pesquisa do parasito no ambiente aquático. Este estudo objetivou a detecção de oocistos
de Cryptosporidium spp. em águas superficiais na Região Metropolitana de Recife. A
técnica de centrífugo- flutuação com solução saturada de cloreto de sódio foi usada para
recuperação experimental de oocistos de Cryptosporidium spp.. Oocistos foram
pesquisados em mananciais e no sistema de tratamento (água bruta e tratada) através da
filtração das amostras em membrana, sendo identificados, sem prévia purificação, pelos
métodos de coloração Kinyoun e imunofluorescência direta (IFD) associada ao 4 6 -
Diamidino-2-Phenylindole (DAPI), analisando-se amostras durante 12 meses, nos
períodos seco (Setembro à Fevereiro) e chuvoso (Março à Agosto). A qualidade da água
foi avaliada através dos parâmetros microbiológicos (coliformes totais e fecais) e físicoquímicos
(turbidez, pH). A técnica de PCR foi realizada para a pesquisa de oocistos de
Cryptosporidium spp. de origem fecal a partir dos iniciadores gênero e espécie
específicos, CPB-DIAGF/CPB-DIAGH e HB-1/HB-2, sendo o DNA extraído com
proteinase K e solução de lise sob congelamento/descongelamento. Os resultados
mostraram que a técnica de purificação garantiu um material mais limpo, porém o
percentual de recuperação de oocistos variou de 39,0% a 98,4%. Na água tratada não se
verificou a presença de oocistos de Cryptosporidium spp., enquanto nas amostras de
água bruta foram encontradas estruturas álcool-ácido resistentes similares aos oocistos
de Cryptosporidium spp. em 100% (05/05) dos locais e em 40% (24/60) das amostras
analisadas pelo método Kinyoun, sendo a presença do parasito confirmada pela técnica
IFD/DAPI em 40% (02/05) dos locais e em 5% (03/60) das amostras, com o número
variando de 16 a 40 oocistos/l, e verificando sua ocorrência no período seco e chuvoso.
Todas as amostras encontraram-se dentro dos limites microbiológicos e físico-químicos
padrões, exceto no parâmetro turbidez. Os produtos de PCR foram obtidos apenas com
o uso dos primers CPB-DIAGF/CPB-DIAGR, sendo o melhor perfil de amplificação
observado quando 105 oocistos foram usados para a extração do DNA, e após o
emprego dos protocolos de extração e de amplificação modificados. Conclui-se que a
técnica de purificação de oocistos de Cryptosporidium spp. influencia os percentuais de
recuperação. Os oocistos de Cryptosporidium spp. estão presentes em águas de rio na
Região Metropolitana de Recife, sendo este o primeiro relato de Cryptosporidium spp.
em mananciais de Pernambuco e do Nordeste. A técnica IFD/DAPI permite uma melhor
identificação de oocistos de Cryptosporidium spp. em amostras de água, no entanto a
coloração histoquímica demonstrou ser útil como uma técnica de triagem. As técnicas
de extração e amplificação avaliadas neste estudo podem ser usadas para a pesquisa de
Cryptosporidium spp. em amostras com elevado número de oocistos