doctoralThesis
Produtividade, necessidade e empatia: relações entre julgamentos distributivos, consideração empática, angústia pessoal e tomada de perspectiva
Registro en:
Rodrigues Sampaio, Leonardo; Roazzi, Antonio. Produtividade, necessidade e empatia: relações entre julgamentos distributivos, consideração empática, angústia pessoal e tomada de perspectiva. 2007. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Psicologia Cognitiva, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.
Autor
Rodrigues Sampaio, Leonardo
Institución
Resumen
A concepção de justiça distributiva está relacionada à maneira como as pessoas avaliam a
distribuição de bens positivos e negativos na sociedade. A revisão de literatura indica que
apesar de Piaget e Kohlberg terem defendido a indissociabilidade entre cognição e
afetividade, ainda há uma escassez de estudos que tentam demonstrar como estas duas
dimensões estão relacionadas à moralidade como um todo e, mais especificamente, aos
julgamentos de justiça distributiva. O presente trabalho constitui-se por dois estudos com
delineamento quase-experimental, cujo objetivo principal foi analisar se a empatia
influenciava as decisões distributivas de adolescentes. Além disto, objetivou-se analisar se o
sexo, a idade e o tipo de escola exerciam influência significativa sobre a noção de justiça
distributiva dos adolescentes e sobre os seus níveis de empatia. Para acessar os julgamentos
distributivos dos adolescentes, elaborou-se uma situação-problema hipotética na qual os
participantes deveriam decidir qual a maneira mais justa de distribuir dinheiro entre
trabalhadores, considerando os dois principais condicionantes apresentados na história: a
necessidade e a produtividade dos trabalhadores. A empatia, por sua vez, foi mensurada
através da Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal EMRI (Ribeiro, Koller e
Camino, 2002). O EMRI é um instrumento do tipo lápis e papel que avalia duas dimensões
afetivas (consideração empática e angústia pessoal) e uma cognitiva (tomada de perspectiva)
da empatia. Os resultados dos dois estudos indicam que maiores níveis de consideração
empática estiveram associados ao beneficiamento dos personagens com maior nível de
necessidade e que níveis elevados de angústia pessoal relacionaram-se à tendência de não
favorecer os trabalhadores com menor nível de necessidade. Além disso, sugerem que a
capacidade elevada de tomada de perspectiva, associada a níveis altos de consideração
empática, foi fundamental para o não enviesamento dos julgamentos distributivos. Estes
resultados são discutidos frente às teorias de Piaget, Kohlberg e Hoffman e à revisão de
literatura pertinente ao campo da Psicologia da Justiça