A doença de Parkinson (DP) acomete o sujeito independente de sua composição étnica, socioeconômica e cultural. Sua prevalência é de 85 a 187 por 100.000 habitantes, manifestando-se entre 50 e 60 anos. Esta é uma patologia degenerativa e caracterizada clinicamente por sintomas primários assimétricos: tremor de repouso, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural. Dentre os sintomas secundários podemos encontrar depressão, alterações respiratórias, cognitivas, autonômicas, fala, voz e deglutição. A presença de distúrbio da deglutição predispõe o sujeito a apresentar penetração laríngea, bronco aspiração e conseqüente infecção respiratória, o que propicia um aumento nos casos de internação hospitalar, o que culmina com o aumento da mortalidade. O problema abordado neste estudo é em relação à presença ou não de distúrbios da deglutição em sujeitos portadores de DP, nos três primeiros estágios de acordo com a escala de Hoehn & Yahr. Nossos objetivos foram realizar a análise morfofuncional da deglutição em portadores da DP; avaliar o risco de penetração laríngea em sujeitos portadores de DP em estágios distintos e confrontar estes resultados com a literatura. Os dados foram coletados no Hospital Geral de Areias em Recife PE, de julho de 2006 a julho de 2009. O método utilizado foi o quantitativo, descritivo, de coorte e de observação. Critério de inclusão: sujeitos com DP idiopática nos estágios I, II & III. Critérios de exclusão: sujeitos com Parkinsonismo secundário, Parkinsonismo-plus, Parkinsonismo heredodegenerativo, hidrocefalia de pressão intermitente, uso de anticolinérgicos e Demência por Corpúsculo de Lewy. Foram selecionados 33 sujeitos, através de uma amostra aleatória simples, dos quais 11 em cada estágio da DP, entre 40-75 anos, de ambos os gêneros. Foi realizada uma avaliação clínico neurológica, questionário estruturado, escala modificada de Hoehn & Yahr, em seguida os sujeitos foram submetidos à videoendoscopia da deglutição. Os dados foram submetidos à estatística adequada para cada variável com nível de significância ≤ 0.05. Em nossos resultados não observamos diferença estatística significativa em relação à presença de penetração laríngea quando comparamos os estágios I & II, de maneira semelhante entre o II & III. Entretanto quando comparamos através da estatística descritiva os estágios I & III, em que o estágio I representa a fase inicial e o III representa fase intermediária, observamos maior presença de penetração laríngea no estágio III da DP. Através da análise descritiva constatamos uma progressão na presença de penetração laríngea com o avançar da doença. O diagnóstico precoce da disfagia seguida de intervenção melhora a qualidade de vida dos sujeitos com DP; A penetração laríngea de líquidos já ocorre no estágio inicial da DP; existe uma incidência maior de penetração laríngea com o avançar da doença; A avaliação da deglutição através da videoendoscopia se constitui em um importante instrumento para detecção da presença de penetração laríngea