masterThesis
É do sonho dos homens que uma cidade se inventa : a poesia de Carlos Pena Filho
Registro en:
das Vitórias Matoso Távora, Maria; Gonçalves Licari, Luzilá. É do sonho dos homens que uma cidade se inventa : a poesia de Carlos Pena Filho. 2004. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2004.
Autor
das Vitórias Matoso Távora, Maria
Institución
Resumen
Criação humana, a cidade contrapõe-se à natureza. Fenômeno cultural, exerce
influência direta na vida de seus habitantes, nativos ou de adoção. É através de sua
arquitetura, do traçado de suas ruas que gerações passam às seguintes seu modo de
pensar e sua concepção de mundo. Espaço de troca por excelência, a cidade exerce
tamanha atração sobre os indivíduos que extrapola qualquer tentativa de compreensão
racional. Tal qual o útero materno, a cidade confere ao indivíduo segurança e proteção,
conferindo a cada um a própria identificação e diferenciação da totalidade. Dessa forma,
pode-se compreender a cidade como um lugar fundante para o ser humano. A relação
entre a pessoa e o espaço em que vive é tão intensa quanto primordial, com repercussões
psíquicas profundas. Segundo Octavio Paz, a crítica do estado de coisas reinantes é
iniciada pelos escritores. A primeira metade do século XX testemunhou um verdadeiro
bota-abaixo dos antigos bairros recifenses, provocando um mal-estar generalizado. Os
jornais da época registraram toda a polêmica daí gerada: poetas, romancistas, cronistas,
sociólogos condenando tanta insensatez. Carlos Pena Filho surge, como poeta, nesse
período de turbulência e sente necessidade de escrever sobre sua cidade, sobre o Recife
que ele vê, sente, percebe. Talvez como uma tentativa de se reconhecer entre aquelas
edificações, ou melhor desedificações , de preservar sua identidade no meio dos
escombros. Através do poema Guia Prático da Cidade do Recife , Pena Filho sintetiza
essa busca