doctoralThesis
Hipertensão arterial e fatores de risco associados numa coorte de pacientes vivendo com a infecção pelo HIV/AIDS
Registro en:
Roque de Arruda Junior, Evanizio; Ramos Lacerda de Melo, Heloísa. Hipertensão arterial e fatores de risco associados numa coorte de pacientes vivendo com a infecção pelo HIV/AIDS. 2009. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.
Autor
Roque de Arruda Junior, Evanizio
Institución
Resumen
A Hipertensão Arterial (HAS) é um fator de risco modificável na gênese da
doença aterosclerótica, cujo controle pode reduzir o risco cardiovascular dos pacientes com
HIV/aids. Objetivos: Estimar a prevalência de HAS e descrever as características dos
pacientes com HAS em pacientes com HIV/aids. Métodos: Estudo seccional e estudo de
caso-controle aninhado a uma coorte, em 1000 pacientes com HIV/aids, realizado no período
de junho/2007 a dezembro/2008, em dois serviços de referência ao atendimento do HIV/aids
em Pernambuco, Brasil. Considerou-se hipertensão níveis ≥140/90 mmHg, confirmados numa
segunda visita, ou uso de medicação antihipertensiva. Resultados: Dos 1000 pacientes, foram
estudados 958 e 42 foram perdas. 388 (40,50%) eram normotensos, 325 (33,92%) préhipertensos
e 245 (25,57%) hipertensos, destes apenas 36 (14,8%) estavam com a PA
controlada e 62 (54,39%) tiveram o diagnóstico de HAS após o diagnóstico do HIV.
Lipodistrofia estava presente em 95 (38,9%), sobrepeso em 95 (38,8%), obesidade em 34
(13,9%). CT ≥ 200mg% ocorreu em 43 (30,9%), LDL ≥130 mg% em 24 (22%), HDL <40
mg% em 75 (52,1%), TG ≥150 mg% em 84 (60%) e diabete melito em 4 (2,9%), tabagismo
em 56 (23,1%). A carga viral estava indetectável ou <10.000 cópias em 54 (80,6%) e níveis
de linfócitos CD4 estavam > 350 cel/mm3 em 80 (63,5%). O uso de anti-retroviral (ARV)
ocorreu em 179 (82,5%), 89 (41,6%) em uso de inibidores de protease (IP) e 95 (44,4%) sem IP.
148 (87,1%) utilizavam ARV por mais de 12 meses. O estudo caso-controle entre pacientes
com HIV/aids hipertensos e normotensos, mostrou que os fatores de risco tradicionais tais
como a idade >40 anos (OR=3,06; IC=1,91-4,97), o sexo masculino (OR=1,85; IC=1,15-
3,01), o índice de massa corpórea > 25 (OR=5,51; IC=3,36-9,17) e triglicerídeos > 150 mg/dL
(OR=1,69; IC=1,05-2,71), mostraram-se independente e significativamente associados à
hipertensão. A lipodistrofia não esteve associada à hipertensão. O tempo de tratamento ARV e
os níveis de linfócitos CD4 < 200 células/mm3 estiveram associados à hipertensão na análise
univariada, entretanto não permanecram no modelo multivariado final. O tipo de esquema
ARV não apresentou associação com hipertensão.
Conclusão: A hipertensão nos pacientes com HIV/aids está em parte associada a fatores não
modificáveis como a idade, o sexo e a história familiar de hipertensão. Elevada freqüência de
hipertensos não controlados e riscos cardiovasculares nos infectados pelo HIV, impõem
necessidade de medidas preventivas e terapêuticas contra a HAS neste grupo, devendo
objetivar o controle dos fatores reversíveis associados à doença, particularmente os erros
dietéticos e o ganho excessivo de peso Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior