doctoralThesis
...Da solidão e da condição... (por uma antropologia da solidão: uma abordagem a partir de Clarice Lispector e Martin Heidegger)
Registro en:
de Fátima Batista Costa, Maria; de Holanda Barros, Lourival. ...Da solidão e da condição... (por uma antropologia da solidão: uma abordagem a partir de Clarice Lispector e Martin Heidegger). 2007. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.
Autor
de Fátima Batista Costa, Maria
Institución
Resumen
A tese pretende identificar a relevância da temática da solidão na obra de Clarice
Lispector, especialmente nos romances A maçã no escuro, A Paixão Segundo G.H.,
Água viva e Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Essa abordagem será
permeada pela problematização das noções de ser só e ser-com, angústia e nada,
escrever e pensar, finitude e singularização como as entende a escritora e o filósofo
Martin Heidegger. Nossa intenção é mostrar a compreensão de homem na obra da
escritora a partir da experiência da solidão expondo o contributo dessa para pensarmos
uma antropologia contemporânea. Em Clarice a solidão é não apenas o pano de fundo
para se pensar o humano, mas categoria de entendimento e definição do homem.
Nossa condição humana é solidão, e não se cura, uma vez que somos
irremediavelmente tempo, mas o medo à solidão é curável. Clarice lê a solidão como
sendo o núcleo último a que se pode chegar, como finitude irredutível e inalienável que
somos.
Com uma obra que abrange romances, contos, crônicas, literatura infantil,
entrevista, etc., abordando temas como: existência e liberdade, linguagem e realidade, o
Eu e o mundo, as relações intersubjetivas no geral, a angústia, o nada, a morte, o amor,
etc., a escritora influência decisivamente a literatura brasileira, criando um novo rio do
dizer literário-poético onde personagens, narradores e leitores se exploram no campo
da linguagem até atingir a absoluta insuficiência dessa. Com isso Clarice traça um mapa
dos estados de sensações, com uma fina percepção que penetra nas nuanças da
realidade revelando ondas sutis e imperceptíveis a uma racionalidade acostumada com
a organização.
Partindo do aporte fenomenológico-hermenêutico, compreendemos sua literatura
não apenas com a arte da palavra, mas como uma forma de conhecimento que desvela
o homem numa nudez sem conceitos Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior