masterThesis
Passado, presente e futuro: o tempo da consciência e a consciência do tempo no pensamento de Santo Agostinho
Registro en:
Renivaldo Rufino, José; Markenson, Roberto. Passado, presente e futuro: o tempo da consciência e a consciência do tempo no pensamento de Santo Agostinho. 2003. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.
Autor
Renivaldo Rufino, José
Institución
Resumen
Santo Agostinho teoriza sobre o tempo partindo de dois pontos específicos. O
primeiro é aquele que considera o tempo em suas modalidades de presente, passado e futuro
como existente apenas na consciência: é o tempo subjetivo. O segundo momento é aquele em
que sua teoria sobre o tempo toma um direcionamento epistemológico: o filósofo explora o
tempo objetivo, o tempo exterior à consciência. Em ambos os momentos, o filósofo determina
a validade da realidade do tempo tanto em seu aspecto subjetivo, quanto em seu aspecto
objetivo sempre com base no primado do presente. O presente é, para ele, o próprio
fundamento do tempo, determinando, inclusive, as duas outras modalidades: o passado é
validado pela visão presente das coisas passadas e o futuro pela visão presente das coisas
futuras. A base criacionista da tradição hebraico-cristã, da qual parte o filósofo para
desenvolver sua teoria, é primordial na construção do tempo objetivo. O tempo, como
criatura, desvincula-se da consciência do homem e, platonicamente, vincula-se à mente de
Deus, criador do tempo. É por isso que o tempo pode ser visto em sua condição de um
elemento exterior e anterior à consciência, pois, como criatura, tem seu princípio ligado ao
próprio princípio do mundo e está vinculado, apenas, à mente de Deus. Agostinho é levado à
pesquisa sobre o princípio do tempo por conta da controvérsia maniquéia. Os maniqueus
queriam saber o que é que um Deus criador fazia antes de criar o tempo. O filósofo rechaça a
idéia como carente de fundamento, uma vez que não se pode falar de um antes antes do
tempo. Finalmente, ao relacionar o tempo com a eternidade, Agostinho também parte do
presente, que lhe fornece vestígios da eternidade vestigium aeternitatis , através do que ele
mesmo denomina de partículas fugitivas . A mutabilidade, própria do tempo e do mundo,
contrasta com a imutabilidade, própria da eternidade e destino final do homem