masterThesis
O problema do tempo no pensamento de Agostinho de Hipona e de Henri Bergson
Registro en:
Jose Barbosa Correia, Fabio; Skwara, Witold. O problema do tempo no pensamento de Agostinho de Hipona e de Henri Bergson. 2006. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006.
Autor
Jose Barbosa Correia, Fabio
Institución
Resumen
O estudo do tempo tem revelado duas situações de natureza antagônicas. A
primeira é a simplicidade que envolve o tema. Sabemos sobre o tempo, sentimos o tempo.
Quem não seria capaz de entender uma conversa que envolvesse tal assunto? Até mesmo as
crianças falam do tempo com certa naturalidade. O tempo faz parte de nossa realidade e com
ele convivemos bem, até que nos peçam para explicá-lo; até que se nos perguntem: o que é o
tempo? De fato, essa pergunta tem sido o limite entre o conhecimento total e o
desconhecimento total do tempo. A segunda situação, decorrente do estudo do tempo, trata da
complexidade que envolve esse tema. O tempo é, certamente, um dos enigmas mais antigos
da humanidade. O problema ocupa posição de destaque na ciência, mas é no campo da
investigação filosófica que alcança o ápice de sua complexidade. Desde os pré-socráticos,
perpassando pela antiguidade clássica, pela filosofia medieval, moderna e, finalmente, na
contemporânea, o tempo tem sido tema de destaque nas produções filosóficas. Esse problema
tem sido historicamente discutido em duas direções: sob o ponto de vista ontológico e sob o
ponto de vista epistemológico. É o tempo um ser objetivo, isto é, existente
independentemente do homem ou, ao contrário, tem sua existência decretada pela consciência
humana? O presente trabalho tem o objetivo de responder a essa questão a partir de Agostinho
de Hipona e de Henri Bergson. Um medieval, o outro contemporâneo. Ambos de reconhecida
autoridade no assunto. Abordaremos, em primeiro lugar, a natureza subjetiva do tempo. Em
seguida, destacaremos uma das modalidades de tempo: o presente, com a finalidade de
reforçar a tese da existência apenas subjetiva do tempo. Em terceiro e último lugar,
abordaremos a questão da eternidade em Agostinho e a continuidade da duração da
consciência em Bergson. Somando-se ao objetivo inicial, demonstraremos também que, em
muitos aspectos, o pensamento bergsoniano se assemelha ao pensamento agostiniano do
tempo