masterThesis
Comparação da capacidade neutralizante dos antisoros botrópicos comercial e monoespecífico frente a peçonha de B. Erythromelas
Registro en:
Monia Pontes Gama, Monique; Camargo Guarnieri, Míriam. Comparação da capacidade neutralizante dos antisoros botrópicos comercial e monoespecífico frente a peçonha de B. Erythromelas. 2000. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Biofísica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2000.
Autor
GAMA, Monique Monia Pontes
Institución
Resumen
A administração parenteral de antivenenos de origem eqüina constitui o recurso
mais aceito cientificamente para o tratamento de envenenamentos por picadas de
serpentes. O antiveneno botrópico produzido no Brasil inclui apenas cinco
espécies desse gênero, dentre as quais não se encontra a espécie Bothrops
erythromelas (jararaca-da-seca), serpente botrópica endêmica da região Nordeste.
Primeiramente foram determinadas as dose mínimas que constituíram o desafio
de neutralização para os antivenenos em cada atividade. Em seguida a
neutralização foi calculada e expressa como DE50, dose que inibe 50% da
atividade testada. As Doses Mínimas encontradas foram: 22,119 μg/camundongo
(hemorrágica), 78,38 μg/camundongo (necrosante), 21,37 μg/ml (Coagulante) e
0,05 mg (Fosfolipásica). A DL50 foi 5,11 mg/kg. A eletroforese em gel de
poliacrilamida, sob condições redutoras, da peçonha de B. erythromelas, corada
por Comassie blue mostrou sete bandas confirmadas pelo imunoblotting quando
revelado com os antivenenos comercial e monoespecífico diluídos 1/16.000. Foi
demonstrado também, através da técnica de imunoprecipitação, que o antiveneno
monoespecífico apresenta maior capacidade de formar imunocomplexos com os
determinantes antigênicos presentes na peçonha de B. erythromelas, enquanto
que a capacidade de complexação do antiveneno comercial não foi suficiente para
precipitar os antígenos dessa peçonha. Nos experimentos de neutralização, foi
observada uma eficácia cerca de 2x maior do antiveneno monoespecífico em
relação ao comercial, em todas as atividades testadas. As Doses Efetivas 50%
para o antiveneno comercial e monoespecífico, respectivamente, foram: 49,21
μl/mg peçonha e 26,95 μl/mg peçonha (hemorragia); 9,50 μl/mg e 7,34 μl/mg
(necrosante); 85,2 μl/mg e 51,2 μl/mg (letal); 12,61 μl/mg e 6,35 μl/mg
(coagulante) e, 285,38 μl/mg e 166 μl/mg (fosfolipásica). Neste trabalho, foi
demonstrado que o antiveneno botrópico monoespecífico foi mais efetivo que o
botrópico comercial na neutralização das atividades testadas (letal, hemorrágica,
necrosante, coagulante e fosfolipásica), na capacidade de formar imunocomplexos
in vitro com a peçonha de Bothrops erythromelas e no reconhecimento das
proteínas separadas eletroforeticamente