masterThesis
A construção de uma identidade docente inclusiva e os desafios ao professor-formador
Registro en:
Flávia Teodoro de Mendonça Oliveira, Ana; Martins de Araújo, Clarissa. A construção de uma identidade docente inclusiva e os desafios ao professor-formador. 2006. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006.
Autor
Flávia Teodoro de Mendonça Oliveira, Ana
Institución
Resumen
O presente trabalho busca compreender como tem se dado o processo de construção da
identidade do aluno docente no curso de formação inicial, a partir dos saberes docentes do
professor-formador e se essa identidade construída é inclusiva. A pesquisa foi realizada com
professores-formadores do curso de Pedagogia e com alunos-docentes do segundo, do quinto
e do sétimo períodos do referido curso, onde se utilizou como instrumentos o questionário e a
entrevista não-estruturada. A análise de conteúdo dos dados da pesquisa permitiu concluir
que, de maneira geral, a grande maioria dos professores-formadores apresenta concepções
integradoras, realiza uma prática pedagógica excludente, não mobiliza saberes relacionados à
educação da pessoa com deficiência ou quando mobiliza não o faz sob uma perspectiva
inclusiva. Entretanto, ao voltar à análise ou o olhar para o aluno-docente foi possível
encontrar uma identidade construída ou em processo de construção pautada em princípios
inclusivos. Noutras palavras, pode-se dizer que esses alunos em sua grande maioria
apresentam concepções inclusivas, o que fica evidente não só pelo fato de considerar que as
pessoas com deficiência devem estar na sala de aula regular, mas também por fazer referência
à importância de se respeitar as diferenças e fazer com que todos se sintam bem vindos à
escola. Observou-se, no entanto, que os saberes mobilizados pelos professores-formadores ao
longo do curso tiveram pouco impacto sobre a mudança de concepção construída pelos
alunos-docentes em relação à educação das pessoas com deficiência. Pelos depoimentos, esses
em sua grande maioria reconheceram que a mudança na forma de ver a pessoa com
deficiência não foi proveniente dos saberes teóricos construídos em sua formação, mas
atribuem essa mudança à relação estabelecida com os colegas surdos em sala de aula regular,
na Universidade. Constata-se, portanto, que as experiências vividas em sala de aula com os
colegas surdos abalaram as crenças, as certezas e as representações que os mesmos tinham a
respeito das pessoas com deficiência, contribuindo assim para a construção de uma identidade
mais inclusiva