doctoralThesis
Valoração contingente através do modelo de regressão beta
Registro en:
Carlos de Lacerda Leite, José; de Sousa Ramos, Francisco. Valoração contingente através do modelo de regressão beta. 2006. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Economia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006.
Autor
Leite, José Carlos de Lacerda
Institución
Resumen
A valoração de ativos ambientais é uma tarefa que envolve certa complexidade
devido à sua característica de bem público e externalidade. Diversos métodos têm sido
utilizados, entre os quais o de valoração contingente. Este baseia-se na teoria
microeconômica da variação compensatória e variação equivalente e é implementado
através de entrevistas diretas. Nessas entrevistas o consumidor é questionado a respeito de
sua disposição a pagar (DAP) diante de alterações na disponibilidade ou na qualidade dos
ativos ambientais. Em geral, o formato da questão usado para medir a variação de bem estar
pode ser de dois tipos: questões abertas ou referendo de escolha dicotômica.
Vários modelos econométricos foram sugeridos na literatura para estimar a
disposição a pagar, e entre eles os modelos logit e probit são os mais tradicionais.
Entretanto, os modelos paramétricos tradicionais podem falhar na representação da
distribuição empírica dos dados, levando a vieses por erros de especificação e,
conseqüentemente, resultados inconsistentes com a teoria econômica, como por exemplo,
uma disposição a pagar negativa.
Buscando resolver essas deficiências, têm sido utilizados modelos truncados - o que
implica em uma perda de informação, bem como as formas paramétricas permanecem
rígidas, ou seja, as soluções vislumbradas têm gerado outra série de problemas na obtenção
do valor do ativo ambiental.
Assim sendo, esse trabalho propõe a utilização de um novo modelo paramétrico, o
modelo de regressão beta (Ferrari e Cribari-Neto, 2004), para valorar ativos ambientais
através do método de valoração contingente. O modelo utiliza a flexibilidade da
distribuição beta em ajustar diversas formas de assimetria e satisfaz os critérios mínimos
para estimação da DAP.
Comparações adicionais com os modelos tradicionais são feitas para duas bases de
dados, uma delas envolvendo a valoração de uma área de mangue em Recife PE, e a outra
que busca valorar uma área de floresta no norte da Suécia (Li e Mattsson, 1995). Os
resultados mostram que o modelo de regressão beta representa um aperfeiçoamento do
processo de estimação da disposição a pagar comparativamente aos modelos tradicionais