dc.description | A biorremediação constitui uma emergente e promissora opção tecnológica para o
tratamento de áreas contaminadas. Atualmente, em decorrência dos grandes
acidentes marítimos, que vem ocasionando poluição ambiental por petróleo, vários
estudos mostram o grande potencial dos microrganismos para melhorar a qualidade
do meio ambiente através da biorremediação. Com vistas a esta aplicação, foram
utilizados 21 fungos isolados da borra e 9 isolados de poços de petróleo do Canto do
Amaro Bacia Petrolífera Potiguar, explorada pela Petrobras, situada a 3,5km da
capital do Estado do Rio Grande do Norte - para testar a capacidade de degradar
hidrocarbonetos do petróleo. Todos os fungos foram submetidos a uma seleção
primária, através do método de Hanson (1993) o qual usa 2.6 Diclorofenol -
Indolfenol (DCPIP), como aceptor de elétrons, para mostrar através de mudança
de cor (de Azul para Incolor) do indicador a evidente oxidação microbiana de
hidrocarbonetos. Neste ensaio primário, dos 30 fungos utilizados, 37% (11) da borra
e 30% (9) de poços, mostraram-se capazes de degradar hidrocarbonetos do
petróleo, enquanto 23% (7) demonstraram capacidade e o restante 10% (3) não
demonstraram capacidade de usar os hidrocarbonetos do petróleo como fonte de
Carbono. A seleção secundaria, cultivo em meio mineral solido, mostrou que 57%
(17) dos fungos quando cultivados em meio solido com papel filtro na tampa,
impregnado com óleo diesel, exibiram colônias com 9 cm de diâmetro após 30 dias
de cultivo enquanto 33% (10) apresentaram colônias variando de 2 a 5cm e, em
apenas 10% (3) não foi observado crescimento. Dos 17 fungos selecionados como
os melhores nas seleções primária e secundária, 9 linhagens foram testados em
meio mineral (Bushnell-Haas) com 1% de petróleo bruto e submetido a fermentação
sob agitação durante 20 dias. Este primeiro resultado, obtido para fermentação em
meio líquido, mostra que as linhagens DAUFPE-709, DAUFPE-738, DAUFPE-736
e DAUFPE-706 apresentaram degradação quase que total do petróleo bruto,
comprovado através da cromatografia gasosa, em comparação com o controle. A
linhagem DAUPE-739 que no ensaio secundário apresentou colônia com 2cm de
diâmetro, comprovou sua baixa eficiência em degradar o petróleo bruto.
Fermentações com concentrações de 5% e 10% do petróleo bruto para estas
linhagens, mostraram, através dos perfis cromatográficos, que as linhagens
DAUFPE-706, DAUFPE-709 e DAUFPE-736 apresentaram maior Capacidade
em degradar hidrocarbonetos do petróleo, nas condições testadas. Podemos aferir que estas linhagens apresentam um grande potencial para degradar
petróleo bruto, se mostrando promissoras para a utilização no processo de
biorremediação | |