masterThesis
Efeitos neurofisiológicos da dipirona sobre a depressão alastrante cortical em ratos jovens nutridos e desnutridos
Registro en:
Paula Barbosa do Amaral, Ana; Carlos Araújo Guedes, Rubem. Efeitos neurofisiológicos da dipirona sobre a depressão alastrante cortical em ratos jovens nutridos e desnutridos. 2009. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Fisiologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.
Autor
AMARAL, Ana Paula Barbosa do
Institución
Resumen
A eficácia da ação de certos fármacos no cérebro pode variar em função do seu estado
nutricional durante o desenvolvimento. A dipirona é um fármaco muito utilizado em crianças,
graças à sua ação analgésica e antitérmica. Em ratos, a dipirona apresenta também ação anticonvulsivante.
Considerando-se as relações entre a epilepsia e o fenômeno da depressão
alastrante cortical (DAC), bem como o uso freqüente da dipirona em crianças, neste trabalho
investigou-se, em ratos nutridos e desnutridos, o impacto, sobre a DAC, do tratamento com
dipirona, por sub-períodos de 7 dias dentro do período crítico de desenvolvimento cerebral.
Ratos Wistar foram amamentados em condições favoráveis (ninhadas compostas por 6
filhotes; grupo nutrido - N; n=76) ou desfavoráveis de lactação (ninhadas de 12 filhotes;
grupo desnutrido - D; n=69). Em cada condição nutricional, parte dos animais (N, n=36; D,
n=37) foi tratada, por gavagem, com dipirona na 2ª (N, n=10; D, n=12), 3ª (N, n=13; D,
n=11), ou 4ª (N, n=13; D, n=11) semanas de vida. Os respectivos controles foram igualmente
tratados com solução salina. Aos 35-45 dias, os animais foram anestesiados, submetidos à
trepanação seguida do registro da DAC, na superfície do córtex cerebral, por 4 horas. Nos
controles N e D, tratados com solução salina na 2ª, 3ª ou 4ª semanas, as velocidades da DAC
(em mm/min) foram respectivamente 3.70±0.11, 3.77±0.16 e 3.78±0.13 (grupo N), e
4.13±0.10, 4.16±0.10 e 4.14±0.09 (grupo D). Nos grupos tratados com dipirona, esses valores
foram 3.99±0.14, 4.03±0.16 e 4.30±0.19 (grupo N) e 4.47±0.17, 4.70±0.31 e 5.01±0.28
(grupo D). Conclui-se que os resultados confirmaram a hipótese de que a dipirona, ao atuar
durante o período de rápido desenvolvimento neural, facilita a propagação da DAC, sendo
esse efeito mais evidente no grupo tratado na 4ª semana de vida. A desnutrição precoce
pareceu acentuar os efeitos da dipirona sobre a DAC. Este trabalho pioneiro levanta um alerta
para o uso abusivo de certos fármacos em organismos humanos em desenvolvimento