Tesis
Análise cinética e cinemática da marcha de indivíduos paraplégicos com e sem órtese de pé e tornozelo (AFO)
Kinematic and kinetic gait assessment of paraplegic patients with and without ankle foot orthosis (AFO)
Registro en:
Autor
Azevedo, Eliza Regina Ferreira Braga Machado de
Institución
Resumen
Orientador: Alberto Cliquet Júnior Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: A lesão medular tem como consequência a perda da mobilidade e sensibilidade abaixo do nível da lesão, gerando, portanto, a impossibilidade de andar. Essa perda de movimentos traz inúmeras consequências aos pacientes lesados medulares como osteoporose, atrofia muscular, espasticidade, infecções urinárias de repetição entre outras. E muitas destas consequências podem ser minimizadas com o treinamento de marcha realizado com a utilização de estimulação elétrica neuromuscular (EENM). Dessa forma, o objetivo da pesquisa foi descrever a marcha de paraplégicos completos utilizando EENM e avaliar os efeitos da ankle foot orthoses (AFO) do tipo rígida na marcha destes indivíduos. Dezesseis indivíduos, sendo dez participantes controle e seis paraplégicos completos realizaram avaliação cinética e cinemática da marcha com e sem AFO. Ambos os grupos realizaram as avaliações em duas etapas: com AFO e sem AFO. Sendo que o grupo de pacientes realizou a marcha sempre utilizando EENM nos músculos quadríceps e no nervo fibular. Foi utilizado sempre o mesmo calcado durante os testes. Foram utilizados como parâmetros espaço-temporais a velocidade média (m/s), a cadência (passos/min), o comprimento de passo (m) e a porcentagem da fase de apoio. Todas as variáveis apresentaram diferenças significativas entre grupos e uso ou não da AFO, com exceção da porcentagem da fase de apoio, que apenas apresentou diferença entre os grupos (p<0,001). Entre as variáveis cinemáticas do tornozelo no contato inicial houve diferença entre os grupos (p=0,026), na amplitude de movimento (ADM) no apoio a diferença foi significativa no uso ou não da AFO (p=0,01), entre grupos (p=0,02) e na interação entre os grupos e o uso ou não da AFO (p=0,008), e na ADM no balanço a diferença ocorreu entre o uso e não da AFO (p=0,002) e na interação entre grupos e uso ou não da AFO (p=0,007). As variáveis do joelho que apresentarão valores significativos entre o uso ou não da AFO foram o ângulo no contato inicial (p=0,002), a ADM no apoio (p=0,0001) e a flexão no impulso (p=0,018), entre os grupos a flexão no impulso (p<0,0001) e a máxima flexão no balanço (p<0,001) apresentaram valores significativos. No quadril as diferenças significativas ocorreram apenas entre os grupos para o contato inicial (p<0,0001), máxima extensão no apoio (p=0,002), a extensão no impulso (p=0,005) e a máxima flexão no balanço (p=0,001). Nas variáveis cinéticas do tornozelo foram avaliados o momento no choque de calcanhar e momento máximo flexor plantar, ambos apresentaram valores significativos entre grupos (p=0,012 e p=0,014) e apenas o momento no choque de calcanhar apresentou diferença entre o uso ou não da AFO (p=0,015). No joelho e quadril foram avaliados os momentos máximos flexor e extensor. Sendo que no joelho apenas o máximo momento extensor apresentou diferença entre os grupos (p=0,0002). No quadril os valores de momento flexor máximo foram significativos entre grupos (p<0,0001). Os resultados espaço-temporais sugerem que a marcha com AFO é mais eficaz para os paraplégicos completos. Além disso, a AFO promoveu uma maior proteção ao joelho do desses indivíduos e permitiu uma maior descarga mecânica no quadril podendo assim, prevenir a perda de massa óssea Abstract: The spinal cord injury leads to the loss of mobility and sensibility below the injury level, causing the inability to walk. This loss of movement causes consequences for spinal cord injured patients such as osteoporosis, muscle atrophy, spasticity, repetitive urinary infections and others. Many of these consequences can be minimized by gait training with neuromuscular electrical stimulation (NMES). Thus, the objective of the research was to describe paraplegic gait with NMES and assess the influence of rigid AFO on these individuals gait. Sixteen individuals, ten control participants and six complete paraplegics went through kinetics and kinematics gait evaluation with and without AFO. The patients group performed the gait using NMES in quadriceps muscles and peroneal nerve. Both groups used the same shoes during the tests. Spatiotemporal variables assessed were velocity (m/s), cadence (steps per minute), step length (m) and percentage of stance time. All variables except for the percentage of stance time showed significant differences between groups and with and without AFO. In ankle joint kinematics, the initial contact was different between groups (p=0,026), range of motion (ROM) in stance was significant difference with and without AFO (p=0,01), between groups (p=0,02) and in the interaction between groups and with and without AFO (p=0,008), ROM in balance was different between with and without AFO (p=0,002) and in the interaction between groups and with and without AFO (p=0,007). The knee kinematics displayed significant changes between with and without AFO in initial contact (p=0,002), ROM in stance (p=0,0001) and flexion at toe-off (p=0,018), between groups difference was noted in flexion at toe-off (p<0,0001) and maximum flexion in balance (p<0,0001). The hip significant differences were only observed between groups in initial contact (p<0,0001), maximum extension in balance (p=0,002), extension at toe-off (p=0,005) and in maximum flexion in balance (p=0,001). Ankle joint kinetic variables assessed were the moment at load response and maximum plantar flexor moment, both displayed significant changes between groups (p=0,012 and p=0,014), only the moment at load response was different between with and without AFO (p=0,015). Knee and hip were assessed maximum flexor and extensor moments. Only the maximum knee extensor moment was significant different between groups (p=0,0002). Hip flexor moment values were significant between groups (p<0,0001). The spatiotemporal results suggest that the gait with AFO is more effective for complete paraplegics individuals. Furthermore, the AFO allowed a greater knee protection to these individuals and also yielded a higher mechanical loading on the hip, which can prevent the loss bone mass Mestrado Fisiopatologia Cirúrgica Mestre em Ciências