Tesis
Correlação histológica de acordo com a classificação de Oxford e análise ultraestrutural com desfecho renal em pacientes com nefropatia por IgA
Renal outcome in IgA nephropathy according to Oxford classification and ultrastructural analysis
Registro en:
MARIANI, Giovana. Correlação histológica de acordo com a classificação de Oxford e análise ultraestrutural com desfecho renal em pacientes com nefropatia por IgA. 2017. 1 recurso online (56 p.). Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP.
Autor
Mariani, Giovana, 1987-
Institución
Resumen
Orientadores: Ricardo de Lima Zollner, Maria Almerinda Vieira Fernandes Ribeiro Alves Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas Resumo: Introdução: Nefropatia por IgA (NIgA) é a glomerulopatia primária mais comum em todo o mundo, apresentando-se com hematúria e proteinúria em graus variados, podendo evoluir com hipertensão arterial e perda de função renal. A apresentação clínica, laboratorial e histológica no momento da biópsia renal (BR) pode contribuir para predizer prognóstico renal. A análise do tecido renal se faz por meio da técnica de microscopia ótica, padronizada pela classificação de Oxford e o escore MEST. A técnica de microscopia eletrônica, entretanto, não faz parte da avaliação rotineira nessa doença. Objetivo Principal: Avaliar quais variáveis clínicas, laboratoriais e histológicas, de acordo com a classificação de Oxford, apresentam correlação com evolução para doença renal crônica terminal (DRCT). Objetivo Secundário: Avaliar se alterações podocitárias vistas na técnica de microscopia eletrônica podem trazer contribuição adicional em predizer tal desfecho renal. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo feito por meio da revisão de prontuários e tecido renal de pacientes com diagnóstico de NIgA firmado por BR com imunofluorescência no período de janeiro de 1993 a dezembro de 2013. A avaliação histológica foi padronizada de acordo com a classificação de Oxford. A análise da técnica de microscopia eletrônica teve como objetivo buscar alterações podocitárias, como fusão e destaque de podócitos. Resultados: Foram incluídos 67 pacientes, 56,7% do gênero masculino, com idade média de 34,5 ± 12,5 anos, pressão arterial média (PAM) de 106 ± 18 mmHg, taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) inicial de 63,32 ± 43,07 ml/min/1.73 m2 e proteinúria inicial de 3,1 ± 2,2 g/24h. De acordo com escore MEST, M1 foi vista em 38 pacientes (56,7%), E1 em 12 (17,9%), S1 em 49 (73,1%), T1 em 18 (26,8%) e T2 em 17 (25,3%). O índice de fusão e/ou destaque podocitário (IFDP) médio foi de 0,81 ± 0,18 e não apresentou correlação com proteinúria. Houve evolução para DRCT em 27 pacientes (40,2%) e, pela análise univariada, houve correlação com PAM (p 0,002), TFGe (p 0,0003), T1 (p 0,0008), T2 (p 0,0001), PAM do período de seguimento ? 107 mmHg (p 0,02) e proteinúria do período de seguimento entre 1,0-4,0 g/24h (p 0,01) e ? 4,0 g/24h (p 0,005). Na análise multivariada, somente TFGe apresentou significância (p 0,002). Não houve correlação do IFDP com desfecho renal. O subgrupo que fez uso de glicocorticoides apresentou diferenças significativas de idade (p 0,031), albumina sérica (p 0,0011), proteinúria (p 0,005) e escore E (p 0,0042). Discussão e conclusão: Trata-se de grupo com acometimento grave da doença, visto apresentar proteinúria acima da média, quando comparada com outros estudos, e TFG reduzida em mais da metade dos pacientes. Nosso estudo corroborou TFGe, proteinúria, PAM e o escore T como fatores de risco para DRCT, como visto em outras coortes. O escore E esteve mais presente em pacientes que utilizaram glicocorticoides. A maioria dos pacientes apresentou fusão e/ou destaque podocitário difuso, porém sem correlação com proteinúria ou perda na TFG no momento da biópsia renal. Não se pode descartar que em estágios mais iniciais da doença tal correlação não possa existir Abstract: Introduction: IgA nephropathy (IgAN) is the most common primary glomerulopathy worldwide, presenting with hematuria and proteinuria, and may develop with hypertension and loss of renal function. Clinical, laboratory and histological presentation at the time of renal biopsy may contribute to predict renal prognosis. Renal tissue is evaluated using the optical microscopy technique, standardized according to the Oxford classification and the MEST score. The technique of electron microscopy is not part of the routine evaluation of this disease. Objective: Evaluate which clinical, laboratory and histological variables, according to the Oxford classification, present a correlation with evolution to end-stage renal disease (ESRD). Secondary Objective: Evaluate if podocyte involvement seen in the technique of electron microscopy can bring additional contribution in predicting renal outcome. Materials and Methods: Retrospective study developed through review of medical records and renal tissue of patients diagnosed with IgAN signed by renal biopsy with immunofluorescence from January 1993 to December 2013. Histological evaluation was standardized according to the Oxford classification. Analysis of electron microscopy technique searched for podocyte effacement. Results: 67 patients were included, 56.7% men, mean age 34.5±12.5 years, mean arterial pressure (MAP) 106±18 mmHg, estimated glomerular filtration rate (eGFR) 63.32±43.07 ml/min/1.73 m2 and proteinuria 3.1±2.2 g/24h. M1 was seen in 38 patients (56.7%), E1 in 12 (17.9%), S1 in 49 (73.1%), T1 in 18 (26.8%) and T2 in 17 (25.3%). Mean effacement index (EI) was 0.81±0.18 and did not correlate with proteinuria. Twenty-seven patients (40.2%) had ESRD and, by univariate analysis, correlated with MAP (p 0.002), eGFR (p 0.0003), T1 (p 0.0008) and T2 (p 0.0001), follow-up MAP (p 0.02) and follow-up proteinuria (p 0.01 for 1.0-4.0 g/24h and p 0.005 for ? 4.0 g/24h). On multivariate analysis, only eGFR was significant (p 0.002). EI did not correlate with renal outcome. The subgroup that underwent treatment with glucocorticoids showed significant differences of age (p 0.031), serum albumin (p 0.0011), proteinuria (p 0.005) and E score (p 0.0042). Discussion and conclusion: It is a group with severe disease, since it has above-average proteinuria when compared to other studies, and most patients had reduced GFR. Our study corroborated eGFR, proteinuria, MAP and T score as risk factors for ESRD, as seen in other cohorts. The E score was associated with the use of glucocorticoids. The majority of patients presented podocyte effacement, but there was no correlation with proteinuria or loss in GFR at the time of renal biopsy. It can not be ruled out that in earlier stages of the disease such correlation does not exist Mestrado Clinica Medica Mestra em Ciências 01P-1739/2016 CAPES