Tesis
Significados psicossociais da perda urinaria para mulheres de condições socioeconomicas menos favorecidas = um estudo clinico-qualitativo
Psichosocial meanings of urinary incontinence for women of low socioeconomic status : a clinical -quantitative study
Registro en:
Autor
Higa, Rosangela
Institución
Resumen
Orientadores: Egberto Ribeiro Turato, Maria Helena Baena de Moraes Lopes Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas Resumo: O objetivo deste estudo foi aprofundar os conhecimentos sobre significados psicossociais da perda urinária atribuídos por mulheres incontinentes de condições socioeconômicas desfavorecidas. Utilizado o Método Clínico-Qualitativo com captação dos sujeitos pela técnica da bola-de-neve e fechamento do tamanho amostral pelo critério de saturação. A amostra foi composta por oito mulheres, entre 30 a 45 anos, com queixa de qualquer perda involuntária de urina e que nunca realizaram tratamento, faxineiras, que tinham em média cinco anos de escolaridade e renda familiar máxima de 4,5 salários mínimos. As entrevistas semidirigidas foram realizadas individualmente, gravadas e literalmente transcritas. A técnica de análise temática de conteúdo, com leituras flutuantes do corpus, e a análise dos dados baseada nos recursos psicossocias e psicodinâmicos possibilitaram a eleição de cinco categorias: (1) Um corpo que vaza; (2) Uma sexualidade interrompida; (3) Um assunto velado; (4) Uma vivência solitária e (5) O não dito é o "mal-dito". A perda de urina sustentou nas mulheres sentimentos de impotência, com perda da normalidade de um corpo que envelhece prematuramente. As marcas na roupa e o odor de urina exalado causaram isolamento e denotaram um estigma social. A vivência de uma sexualidade interrompida pela perda urinária evidenciou o ato sexual como uma obrigação marital, e trouxe à tona significados que refletem valores sociais das questões de gênero. As mulheres tinham medo de ser criticadas, julgadas e mal interpretadas. Calavam-se, evitavam comentários e omitiam opiniões. Elas não conseguiam buscar ajuda e tinham uma vida solitária. Adaptavam estratégias comportamentais para mostrar continência e ser aceitas socialmente. O seu silêncio e a negação demonstraram ser mecanismos desenvolvidos para lidar com conflitos internos. Concluímos que os resultados deste estudo foram semelhantes ao de outras pesquisas com mulheres de faixa etária e grupos socioculturais distintos, demonstrando que as experiências e os significados da perda urinária são um fenômeno universal entre as mulheres. O silêncio evidenciou uma forma de expressão e um mecanismo de proteção. A perda urinária feminina significou impotência, isolamento e solidão, que interferiram na busca de tratamento Abstract: The aim of this study was to amplify the knowledge of psychosocial meanings of urinary incontinence as related by incontinent women of low socioeconomic status. The clinical-qualitative method was used, and the subjects were selecting in the Snowballing technique, and the criterion of saturation closed of the sample size. The sample was the eight women, between 30 and 45 years, who had a history of any involuntary loss of urine and never received treatment, who worked with house cleaning, with an average five years of education, and with gamily income of 4.5 Brazilian minimum salaries. The semi-directed interviews were performed individually, recorded and fully transcribed. The technique of content analysis, with readings of the floating corpus, and the data analysis based on psychosocial and psychodynamic approaches, allowed to select five categories: (1) A body that leaks; (2) An interrupted sexuality; (3) A hidden problem; (4) A lonely life experience; and (5) The not said is the "badly-said". The female urinary loss sustained feelings of helplessness with the normality loss of the body that become old prematurely. The spot on the clothes and the smell of urine exhaled caused isolation denoting a social stigma. The experience of sexuality interrupted by an urinary loss showed the sexual act as a marital obligation, and brought to the surface meanings that reflect social values of gender issues. The women were afraid of being criticized, judged and misunderstood, so they shut up, avoided comments and omitted theirs opinions. They could not get help and had a lonely life. Behavioral strategies adapted to display continence and social acceptance. The silence and denial proved to be mechanisms developed to deal with internal conflicts. We conclude that our results were similar to other surveys of women of age groups and socio-cultural backgrounds, demonstrating that the experiences and meanings of urinary incontinence is a universal phenomenon among women. The silence showed a form of expression and a mechanism of protection. Female urinary loss meant powerlessness, isolation and loneliness that interfered in seeking treatment Doutorado Area de Concentração: Ciencias Biomédicas Doutor em Tocoginecologia