Otro
Efeito dos compostos fenólicos e lignina sobre a ação de β-glicosidase
Registro en:
000872047
33004153074P9
Autor
Zanchetta, Ariane
Resumen
A adsorção não-produtiva das celulases e β-glicosidases à lignina tem sido considerada
um fator limitante da hidrólise do material lignocelulósico. Esse trabalho avaliou a
interação entre celulases e β-glicosidases dos coquetéis comerciais de Trichoderma
reesei (Cellic Ctec2) e Aspergillus niger (Novo 188) com preparações de lignina
isoladas por hidrólise enzimática (LDHE) e hidrólise ácida (LDHA) do bagaço de cana
pré-tratado hidrotermicamente. Também foi selecionada uma β-glicosidase tolerante à
inibição pela glicose a partir da coleção de fungos de trabalho do Laboratório de
Bioquímica e Microbiologia Ibilce/Unesp e o efeito da LDHE e dos compostos
fenólicos derivados do pré-tratamento hidrotérmico sobre a mesma foram avaliados. A
LDHA apresentou maior capacidade de adsorção das enzimas do que LDHE. A 45°C
todas as enzimas de T. reesei se ligaram a LDHE e a LDHA. As atividades residuais de
endoglucanase, β-glicosidase e exoglucanase no sobrenante após a incubação com a
LDHE foi de 28, 45 e 63%. Exoglucanase e β-glicosidase foram completamente
adsorvidas a LDHA enquanto que a endoglucanase manteve 14% da atividade. A β-
glicosidase de A.niger foi menos afetada mantendo 94 e 48% da atividade na presença
de LDHE e LDHA. A β-glicosidase de A. niger purificada apresentou 89 e apenas 2%
de atividade no sobrenadante quando incubada com LDHE e LDHA, contra 100 e 95%
de atividade da enzima presente no coquetel. A diminuição da temperatura para 30°C
provocou a redução da adsorção não-produtiva das enzimas à LDHE. Endoglucanases,
exoglucanases e β-glicosidasesde de T. reesei apresentaram 93%, 70% e 83% da
atividade no sobrenadante, enquanto a β-glicosidase de A. niger manteve 98%. A β-
glicosidase de A. niger purificada e a enzima presente no coquetel não foram adsorvidas
à 30°C. Na busca por uma β-glicosidase com características desejáveis à hidrólise, os
fungos T. indicae-seudaticae N31, A. fumigatus M.7.1, R. miehei GF3.3, L. ramosa
GF1.5, L. corymbifera GF1.2 e R. pusillus, foram avaliados com relação à produção de
β-glicosidasese a tolerância dessas enzimas à glicose. A β-glicosidase do fungo L.
ramosa GF1.5 apresentou os melhores resultados, com 44,4% de atividade residual em
80 mM de glicose e 6,4 U/mL de β-glicosidase. O fungo produziu apenas uma β-
glicosidase, com massa molecular estimada em 57 kDa que foi caracterizada com
relação ao pH e temperaturas ótimos e de estabilidade e, parcialmente purificada. A
enzima foi fortemente inibida pelos compostos fenólicos e inibidores presentes na
fração líquida do pré-tratamento hidrotérmico do bagaço de cana, mantendo apenas 8,5% da atividade após 6h de ensaio. Entretanto, ela não foi adsorvida à LDHE,
apresentando aumento de até 14% da atividade no sobrenadante quando na presença
deste composto aromático. Non-productive adsorption of cellulase and beta-glucosidase enzymes onto lignin is
shown to be a limiting factor to enzymatic hydrolysis of lignocellulosic. This study
evaluated the interaction of cellulases and beta-glucosidase from Trichoderma reesei
(Cellic Ctec2) and Aspergillus niger (Novo 188) commercial cocktail with lignin
preparations isolated from liquid hot water sugarcane bagasse by enzymatic (LDHE)
and acid hydrolysis (LDHA). Furthermore, a glucose tolerant β-glucosidase was
selected from the collection of working fungi of Laboratório de Bioquímica e
Microbiologia (Ibilce/Unesp), effect of LDHE and liquid hot water pretreatment-derived
phenolic compounds were evaluated. LDHA had higher adsorption capacity on enzymes
than LDHE. At 45°C T. reesei enzymes bound to both LDHE and LDHA.
Endoglucanase, beta-glucosidase and exoglucanase remained activities in the
supernatant after incubation with LDHE were 28, 45 e 63%. Exoglucanase and betaglucosidase
were completely adsorbed onto LDHA while endoglucanase activity
remained in the supernatant was 14%. A. niger beta-glucosidase was less adsorption
than enzymes from T. reesei, it maintained 94 and 48% of the activity in the presence of
LDHA and LDHE. Purified beta-glucosidase from A. niger showed 89 and only 2%
activity in the supernatant after incubation with LDHE LDHA, while beta-glucosidase
from enzymatic cocktail showed 100 and 95% of the enzyme activity. The decrease of
temperature to 30°C decreased non-productive adsorption of the enzymes onto LDHE.
Endoglucanases, exoglucanases and beta-glucosidase from T. reesei showed 93%, 70%
and 83% of the activity in the supernatant, while A. niger beta-glucosidase exhibited
98% of activity. Purified beta-glucosidase from A. niger and the enzyme from
enzymatic cocktail weren’t adsorbed at 30°C. In the search for a beta-glucosidase with
desirable properties to hydrolysis, T. indicae-seudaticae N31, A. fumigatus M.7.1, R.
miehei GF3.3, L. ramosa GF1.5, L. corymbifera GF1.2 e R. pusillus fungi were
evaluated for beta-glucosidase production and glucose tolerance. The fungal beta-glucosidase from L. ramosa GF1.5 showed the best results with 44.4% residual activity
at 80 mM glucose and 6.4 IU/mL of beta-glucosidase. The fungus only produces a betaglucosidase
with estimated molecular weight in 57 kDa, which was characterized with
regard to optimum pH and temperature and pH and thermal stability, and then partially
purified. The enzyme was strongly inhibited by phenolic compounds and inhibitors
from liquid fraction of the liquid hot water pretreatment of sugarcane bagasse.
The remaining activity was only 8.5% after 6h of incubation. However, the enzyme
wasn’t absorbed onto LDHE, showing increase of up to 14% of the activity in the
supernatant. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)