Tesis
Prevalência de Trichomonas vaginalis em mulheres na idade fértil atendidas em equipe de saúde da família do Distrito Federal
Fecha
2016-08-19Registro en:
GLEHN, Mateus de Paula von. Prevalência de Trichomonas vaginalis em mulheres na idade fértil atendidas em equipe de saúde da família do Distrito Federal. 2016. 163 f., il. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.
Autor
Glehn, Mateus de Paula von
Institución
Resumen
Tricomoníase é a doença sexualmente transmissível curável de maior prevalência no mundo. A infecção se associa a maior risco de transmissão do HIV e maus desfechos na gestação. Essa doença supera infecções por Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis e é pouco valorizada pelos profissionais de saúde. A distribuição e o impacto do T. vaginalis na população brasileira são pouco conhecidos. Objetivos: descrever as queixas ginecológicas mais frequentes entre mulheres na idade fértil atendidas em uma equipe de saúde da família; estimar a prevalência de T. vaginalis e fatores associados; avaliar o fluxograma de corrimento vaginal para o diagnóstico de tricomoníase; e comparar as prevalências de T. vaginalis e Candida albicans de acordo com variáveis sociodemográficas, resultado do pH vaginal, teste das aminas e práticas sexuais. Metodologia: estudo transversal com amostra consecutiva de população ambulatorial, composta por mulheres em idade fértil. Participaram do estudo mulheres entre 18 e 49 anos, que responderam a um questionário sobre as queixas ocorridas nas últimas quatro semanas. Elas foram examinadas com medição do pH vaginal e realização do teste das aminas. Coletaram-se amostras de secreção vaginal, as quais foram semeadas em meio TYM para isolamento de T. vaginalis e em meio Sabouraud para Candida spp. Os dados foram analisados usando testes de Qui-quadrado. O fluxograma de corrimento vaginal foi avaliado de acordo com a sensibilidade, especificidade, acurácia e valores preditivos; diferenças de proporções foram avaliadas com o teste Z unicaudal. Resultados: houve associação entre pH vaginal > 4,5 e as variáveis: corrimento, mau cheiro, teste positivo das aminas, tabagismo e realização de duchas vaginais. A prevalência de T. vaginalis foi de 16%, e de C. albicans, 20%, sendo que três mulheres (1,55%) portavam ambos os microrganismos. A média de parceiros sexuais entre as portadoras de T. vaginalis (9,4) foi maior que a média entre as positivas para C. albicans (5,6). Menor número de parceiros sexuais e uso consistente de preservativos foram protetores para infecção por T. vaginalis. O fluxograma de corrimento vaginal proposto pela abordagem sindrômica teve acurácia de 61%. Conclusões: queixas ginecológicas foram frequentes entre as participantes. A prática de duchas vaginais é muito difundida e teve associação com valores mais elevados de pH, ao passo que o uso de contraceptivos hormonais se associa a valores mais baixos de pH. A prevalência da infecção por T. vaginalis foi alta na amostra estudada e teve associação positiva com maior número de parceiros sexuais, e o uso de preservativos foi um fator protetor. A prevalência de T. vaginalis supera a de C. albicans entre mulheres com maior número de parceiros sexuais, ao passo que a prevalência de C. albicans foi superior à de T. vaginalis entre mulheres brancas. O diagnóstico de tricomoníase embasado apenas na queixa de corrimento tem baixa acurácia; o resultado do teste das aminas melhora a especificidade do diagnóstico da infecção por T. vaginalis, independentemente do valor do pH vaginal.