Tese de doutorado
Componentes da resposta inflamatória aguda que favorecem a progressão do melanoma em modelo murino
Fecha
2009-08-26Registro en:
BACHI, Andre Luis Lacerda. Componentes da resposta inflamatória aguda que favorecem a progressão do melanoma e, modelo murino. 2009. 113 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2009.
Restrito-174.pdf
Autor
Bachi, Andre Luis Lacerda
Institución
Resumen
Chronic inflammation is one of the main factors that predispose to cancer development and contribute to tumor progression. However, some studies show that acute inflammation is also able to generate a microenvironment favorable to the growth of certain tumors. In our laboratory, Correa et al. showed that injection of a large amount of apoptotic cells creates favorable conditions for the growth of a subtumorigenic dose of viable Tm1 melanoma cells [2]. Thus, we evaluated whether other inflammatory stimuli have the same potential to create favorable conditions for the melanoma growth, as well as the role of inflammatory pathways (cyclooxygenase and lipoxygenase) and their products in this model. We also studied the participation of platelet-activating factor and its receptor, which are the cells recruited to the microenvironment and which is the effect of polyunsaturated fatty acid omega-3 in this inflammatory response. The results showed that, similarly to injection of a large number of apoptotic cells, LPS and carrageenan, have the same ability to enhance growth of subtumorigenic dose of melanoma cells. Moreover, while the cyclooxygenase pathway and platelet-activating factor did not show any action, PAF receptor, the 5-lipoxygenase inflammatory pathway, and particularly its product, leukotriene B4, participate in this process. Regarding omega-3, we observed that products of its metabolism, such as eicosapentaenoic acid and leukotriene B5, were able to inhibit tumor growth associated with the inflammatory stimulus. These results suggest that the presence of massive apoptosis or potent inflammatory stimuli in a tissue favors the growth of a subtumorigenic dose of melanoma cells. This phenomenon may be related to the occurrence of relapses in patients with cancer after treatment with radiation and chemotherapy. Um dos principais fatores que predispõem ao desenvolvimento de neoplasias e contribui com a progressão tumoral é a inflamação crônica. No entanto, alguns estudos revelam que a inflamação aguda também é capaz de gerar um micro ambiente favorável ao crescimento de determinados tumores. Em nosso laboratório, Correa e col. mostraram que a injeção de uma grande quantidade de células apoptóticas cria condições favoráveis para o crescimento de uma dose subtumorigênica de células viáveis do melanoma Tm1 [2]. Assim, avaliamos aqui se qualquer estimulo inflamatório tem o mesmo potencial de criar as condições favoráveis ao crescimento do melanoma, assim como qual o papel das vias inflamatórias (cicloxigenase e lipoxigenase) e de seus produtos neste modelo. Além disso, verificamos participação, neste fenômeno, do fator de ativação plaquetária e de seu receptor; das células recrutadas para o microambiente e o efeito modulador do ácido graxo poliinsaturado ômega-3 na resposta inflamatória. Os resultados obtidos mostraram que, similarmente à injeção de um grande número de células apoptóticas, o lipopolissacarídeo e a carragenina tem a mesma capacidade de favorecer o crescimento da dose subtumorigênica de células de melanoma. Além disso, enquanto a via da cicloxigenase e o fator de ativação plaquetária não apresentaram nenhuma ação, o seu receptor, a via inflamatória das 5-lipoxigenase, e em especial um de seus produtos, o leucotrieno B4, tem participação fundamental neste processo. Quanto à participação de ômega-3, observamos que produtos derivados de seu metabolismo, como o ácido eicosapentaenóico e o leucotrieno B5, mostraram-se capazes de inibir o crescimento tumoral associado ao estímulo inflamatório. Diante destes resultados propomos que a presença de apoptose maciça ou potentes estímulos inflamatórios em um tecido favorece o crescimento de uma quantidade subtumorigênica de células de melanoma. Este fenômeno pode estar relacionado à ocorrência de recidivas, em pacientes com câncer, após o tratamento com radio e quimioterapia.