Tesis
Estudo Molecular dos Vírus B e C das Hepatites nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil
Fecha
2010Registro en:
SILVA FILHO, H. P. da. Estudo Molecular dos Vírus B e C das Hepatites nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil. 2010. 177 f. Tese (Doutorado em Patologia Humana) - Fundação Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Salvador, 2010.
Autor
Silva Filho, Hermes Pedreira da
Institución
Resumen
Infecções pelos vírus B e C das hepatites constituem um significante problema de
saúde pública em todo mundo. Mais de 350 milhões de pessoas estão
cronicamente infectadas pelo VHB e 170 milhões pelo VHC. No Brasil, a
prevalência de pessoas infectadas pelo VHB varia de baixa endemicidade (<2%)
até alta, (>7%), e estima-se que 1,5% da população esteja infectada pelo VHC
(WHO). Estudos recentes tem demonstrado consideráveis variações entre os
isolados do VHB, confirmando a diversidade de genótipos do vírus circulantes e o
surgimento de mutações no genoma viral que podem ter impacto na resposta
terapêutica e imune. Informações sobre a diversidade genética do VHB serão de
grande valor para determinar fatores de risco associados a disseminação do vírus
e auxiliar na adoção de medidas de prevenção e terapêutica. A infecção pelo VHC
tornou-se um sério problema de saude pública desde que não existe uma vacina
disponível e o tratamento é extremamente caro para os órgãos públicos como
desgastante para o paciente. Este trabalho utilizou as ferramentas moleculares e
de epidemiologia no estudo destes vírus para caracterizar molecularmente os vírus
B e C das hepatites nas Regiões Norte e Nordeste, particularmente na Bahia,
através de sequenciamento de DNA e análises filogenéticas. Amostras de
pacientes provenientes da Bahia, Acre, Rondonia, Amazonas, Maranhão e
Tocantins foram analisadas. As amostras foram oriundas de outros estudos e de
centros de referência para tratamento das hepatites, sendo avaliadas 635
amostras para o VHC e 335 de VHB. Sequencias das regiões pré-S/S e pré-
Core/Core do VHB e NS5b, 5UTR, E1 e Core do VHC foram utilizadas para
classificação genotípica e análise filogenetica. Os genótipos mais frequentes para
o VHB foram A (57%), D (10%) e F(33%) na Bahia e nas amostras da região
Norte. Nós encontramos em nosso estudo 55,6% de pacientes co-infectados com
VHB/Delta. Não foi possível estabelecer uma ligação genótipo específico com a
evolução da infecção, e determinar a presença de mutantes relacionados à
resposta terapêutica e ao escape imunológico. Com relação ao VHC, a subtipagem
dos isolados foi realizada através do sequenciamento da região NS5b e 5UTR
(n=230). Os sub-genótipos mais frequentes foram 1a(45,6%), 1b (46,9%), 3a
(6,5%) e 2a/b(0,8%). As regiões E1 e Core também foram sequenciadas e no
futuro serão utilizadas para avaliar possiveis mutações. O presente estudo mostra
que a aplicação de protocolos de sequenciamento, bioinformática e filogenia são
indispensáveis para a compreensão da epidemiologia molecular dos vírus das
hepatites.