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Entre Prisões da Imagem, Imagens da Prisão: um dispositivo tecno-poético para uma clínica do trabalho
Autor
Amador, Fernanda Spanier
Resumen
Esta tese aborda dois temas centrais imagem e subjetivação, os quais desdobram-se em três
outros temas transversos: trabalho, que ganha a cena nesta tese enquanto atividade, clínica, a qual
pensamos por entre as formulações da Clínica da Atividade e procedimentos de Crítica e Clínica e
tecnologias digitais de imagem, em seus potenciais de estetização de si e do trabalho. Situada em
uma Casa Albergue Feminino, destinada a mulheres que cumprem pena em regime semi-aberto, a
pesquisa teve como objetivo geral a criação de um campo de experimentação da atividade prisio-
nal pelo emprego de recursos tecnológicos de videografia digital junto a trabalhadoras agentes do
sistema penitenciário. Assim, o eixo da tese consiste no dispositivo que propusemos para disparar
uma análise das situações de trabalho na prisão, o qual intitulamos Tenco-Poético de Análise da
Atividade, para fins de confrontação com situações do trabalho na prisão por meio do uso de câ-
mera de vídeo e de computadores para edição de imagens. Exploramos, então, as peculiaridades
da atividade de produção de imagens sobre o trabalho prisional ressaltando as imbricações entre
ver, pensar e falar visando suas potencialidades para deflagrar um processo de pensamento por
imagens acerca da atividade de trabalho, o que caracteriza uma vertente metodológica no percur-
so desta tese. Dedicamo-nos ainda, uma vertente teórica, pela qual operamos um tensionamento
conceitual visando abrir veredas no que se refere à construção de possibilidades para uma Clínica
do Trabalho valendo-se das ferramentas analíticas da Filosofia da Diferença, da Ergologia e da Clí-
nica da Atividade, que enfatize a afirmação do que está em vias de diferir no plano do pensamento
no curso das atividades de trabalho, enlaçando os planos dos fazeres profissionais, das tramas
institucionais e da subjetivação. Buscando uma espécie de expansão do poder de ver que, as cenas
produzidas pelas agentes com o uso da câmera e do software de edição, dão o testemunho de um
processo pelo qual o pensamento sobre a atividade prisional foi acionado pelo próprio dispositivo
imagético.